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Corregedoria da Câmara vê uso irregular de carro por vereadora do PT em Curitiba

Vereadora disse que retornava de uma atividade parlamentar no Norte do Paraná, onde havia sido convidada para discutir projetos para a população LGBTQIA+
Vereadora disse que retornava de uma atividade parlamentar no Norte do Paraná, onde havia sido convidada para discutir projetos para a população LGBTQIA+

Redação com CMC

13/09/22
às
16:03

- Atualizado há 2 anos

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A Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) apresentou, durante a sessão plenária desta terça-feira (13), o resultado da sindicância instaurada no fim de julho para apurar as circunstâncias do uso de um carro oficial fora da cidade. O carro está cedido à vereadora Carol Dartora (PT), que falou sobre o caso no começo de agosto. Na ocasião, a vereadora disse que retornava de uma atividade parlamentar no Norte do Paraná, onde havia sido convidada para discutir projetos para a população LGBTQIA+..

Vereadora Carol Dartora (Foto: Divulgação)

A representação julga haver “razoáveis indícios de cometimento de infração ético-disciplinar”. A justificativa é que teriam sido descumpridos deveres fundamentais do vereador elencados no artigo 3º, incisos III, V e XI, do Código de Ética e Decoro Parlamentar. A sanção, conforme os artigos 7º e 8º, seria a censura pública ou a suspensão de prerrogativas regimentais, “quando não couber penalidade mais grave”.

A medida foi uma resposta a questionamentos feitos à Presidência da Casa, que então os remeteu para a investigação interna.

Um das recomendações é que o caso seja encaminhado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, “que se trata da instância competente para julgar os fatos narrados”. Administrativamente, a sindicância sugere que a Comissão Executiva solicite a devolução do veículo oficial, não renove o contrato com a empresa de locação de veículos ou, ainda, que deslocamentos aos fins de semana ou fora dos limites da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) sejam votados em plenário. As decisões competem à Mesa Diretora e serão discutidas em reunião agendada para a próxima segunda-feira (19), às 8h30.

Os gabinetes têm direito a um veículo oficial, cujo uso é exclusivo para as atividades parlamentares. (Foto: Carlos Costa/CMC)

O veículo de placa BEF6F99 foi visto na região de Ponta Grossa (PR) no dia 17 de julho e as imagens circularam na imprensa local e em redes sociais. Publicada no Diário da Câmara do dia 29 de julho, a portaria 2/2022, da Corregedoria, fixou prazo de 30 dias úteis para a elaboração do relatório, que tinha como objetivo indicar se houve, ou não, irregularidade no uso do carro oficial, que justificasse a abertura de um processo interno.

Para uso exclusivo nas atividades parlamentares, a Câmara Municipal de Curitiba disponibiliza um veículo tipo passeio, categoria sedan, locado da empresa WS Locações. Atualmente são 26 os mandatos que o utilizam, já que 12 vereadores abdicaram do direito ao veículo. Os carros são identificados e tanto a quilometragem quanto o consumo de combustível são monitorados pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

Quando recebem os veículos, os mandatos assinam um termo de responsabilidade no qual há uma lista de nove vedações. Lá diz, por exemplo, que é proibido “o uso do veículo para fins particular ou comercial, ou diverso do interesse público” e que não é permitido “o uso do veículo fora dos limites do Estado do Paraná”. A utilização do carro fora da Região Metropolitana de Curitiba não é proibida, mas está condicionada à apresentação de justificativa.

A Corregedoria da CMC está sob a direção de Amália Tortato (Novo), que apresentou o resultado da sindicância em plenário, no fim da sessão desta terça. Segunda-secretária da Casa, Professora Josete (PT) se manifestou na sequência, defendendo a neutralidade em decisões administrativas. “A Mesa vai tomar a medida adequada”, declarou.

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