- Atualizado há 18 horas
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Foram protocolados, nesta quinta-feira (3), cinco pedidos de arquivamento de representações por quebra de decoro parlamentar na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Apesar da conclusão pela não responsabilização dos vereadores envolvidos, a Corregedoria da CMC, sob responsabilidade do vereador Sidnei Toaldo (PRD), recomendou uma série de medidas para prevenir o uso sensacionalista dos mandatos, que ele julga ser prejudicial para a população e para a imagem do Legislativo.
“O vereador deve ter consciência da responsabilidade inerente a cada fala na tribuna e a cada publicação nas redes sociais. Declarações precipitadas, sem embasamento técnico, podem gerar pânico na população, desacreditar e incentivar julgamentos equivocados sobre profissionais e instituições de saúde. A fiscalização não pode se transformar em espetáculo político ou ser utilizada como ferramenta de autopromoção, pois a desinformação e o sensacionalismo geram danos irreparáveis à sociedade”, repreendeu Sidnei Toaldo, em um dos documentos.
A principal proposta da Corregedoria para a Câmara de Curitiba é a criação de um protocolo interno de conduta para visitas e fiscalizações parlamentares, de forma a coibir abordagens abruptas e gravações com viés de autopromoção. A sugestão surgiu após a análise de uma representação contra o vereador João Bettega (União), acusado pelo ex-prefeito Rafael Greca de invadir espaços de saúde e assistência com câmeras, sem prévia comunicação, para produzir conteúdo voltado às redes sociais.
Segundo o parecer de Sidnei Toaldo sobre o caso, mesmo tendo o dever de fiscalizar o Executivo, os vereadores devem observar limites legais, éticos e técnicos, especialmente ao tratar de temas sensíveis como saúde pública, medicamentos e informações médicas. A Corregedoria alertou que, ao expor trabalhadores e cidadãos em vídeos com tom de denúncia, um parlamentar pode comprometer o atendimento e constranger servidores. Toaldo destacou a importância de atividades internas sobre o que são as prerrogativas parlamentares e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O corregedor recomendou à Câmara de Curitiba que o Legislativo avalie a necessidade de regulamentar o uso das redes sociais institucionais e pessoais de agentes públicos, quando vinculadas a ações parlamentares. O objetivo seria evitar a propagação de fake news, resguardar a imagem institucional da CMC, prevenir o uso indevido da função pública para autopromoção e garantir o respeito aos direitos dos usuários dos serviços públicos e aos limites legais e éticos da atuação política.
Nos outros quatro casos, Sidnei Toaldo concordou que eles envolvem críticas duras, mas protegidas pela imunidade parlamentar, como as falas da vereadora Professora Angela (PT) sobre o Estado de Israel e o conflito com a Palestina, e uma postagem do vereador Guilherme Kilter (PL) que expôs o nome de registro da deputada federal Erika Hilton, alvo de denúncia por transfobia. “É preciso separar a fiscalização legítima do uso da função pública como palco de espetáculo”, registrou a Corregedoria, em um dos pareceres.
As representações foram enviadas à Mesa Diretora da Câmara de Curitiba, que solicitou a manifestação da Corregedoria sobre os casos.
Cabe à Mesa Diretora proceder o arquivamento das representações, conforme recomendado pela Corregedoria da Câmara de Curitiba.
*Com informações da Câmara de Curitiba