Corpus Christi, expressão em latim que significa “corpo de Cristo”, é o nome de uma celebração instituída pela Igreja Católica em 1264 para celebrar a eucaristia, o sacramento cristão segundo o qual o pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue de Jesus Cristo. Essa celebração acontece numa data móvel, sempre numa quinta-feira e exatamente 60 dias depois da Páscoa. Em 2025, a data é 19 de junho.

A celebração é realizada numa quinta-feira por ser diretamente ligada a outra data religiosa, a última ceia de Jesus Cristo antes de ser crucificado, que ocorreu na quinta-feira anterior à Páscoa. Naquela data, segundo a Igreja Católica, Cristo, reunido com os apóstolos, ofereceu a Deus o seu corpo e o seu sangue, representados respectivamente por pão e vinho, e entregou esses alimentos aos apóstolos para que eles consumissem, ordenando que assim fizessem também com seus sucessores.

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“Tomai todos e comei. Isto [o pão] é o Meu Corpo, que é entregue por vós”, teria dito Cristo. Foi então criada a crença de que o pão e o vinho, a partir do ato da consagração, se transformam no corpo e no sangue de Cristo. Esse fenômeno é chamado transubstanciação.

Um teólogo francês nascido por volta do ano 1000, Berengário de Tours, famoso por usar a razão e a lógica em temas religiosos, negou a transubstanciação, alegando que o pão e o vinho não poderiam se transformar no corpo e no sangue de Cristo.

Para combater a teoria de Tours e reafirmar que o pão e o vinho se transformam sim no corpo e no sangue de Cristo, em 1247 surgiu na Bélgica um movimento que instituiu a Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo. Segundo a crença católica, dezessete anos depois, na cidade italiana de Bolsena, um padre partiu uma hóstia e dela escorreu sangue – o sangue de Cristo. O papa Urbano IV determinou então que os objetos usados naquela cerimônia fossem levados para uma cidade vizinha, Orvieto, em uma procissão realizada em 19 de junho de 1264.

Essa se tornou a primeira procissão de Corpus Christi, e a celebração foi oficializada em 8 de setembro daquele ano pelo papa Urbano IV.

Hoje, as procissões são eventos tradicionais relacionados à data, e em muitas cidades brasileiras as ruas são enfeitadas com imagens religiosas para a passagem dos fiéis.