- Atualizado há 7 meses
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O Conselho Federal de Farmácia afirmou ao Portal Nosso Dia, nesta quinta-feira (13), que os farmacêuticos que cumprem alguns requisitos são amparados por duas resoluções que permitem o profissional a aplicar peeling de fenol. Com isso, a farmacêutica Daniele Stuart, investigada pela Polícia Civil do Paraná, estaria amparada judicialmente para fazer os procedimentos e aplicar o curso, no entendimento da defesa dela.
Durante a tarde desta quarta-feira, a delegada Aline Manzatto, que investiga o exercicío ilegal da medicina por parte da farmacêutica, afirmou que ela não poderia aplicar o peeling de fenol porque uma liminar derrubou a resolução 573/2013, que permitia o procedimento por farmacêuticos. Entretanto, o Conselho de Farmácia salientou que há outras duas resoluções em vigor que amparam o profissional.
“A resolução citada está suspensa pela justiça, mas não é decisão terminativa. Cabe recurso. Os farmacêuticos são amparados por outras duas resoluções: Resolução CFF Nº 616 DE 25/11/2015 e Resolução nº 645 de 27/07/2017“, informou o Conselho.
Portanto, com base nestas duas outras resoluções, os farmacêuticos podem sim realizar o procedimento de peeling de fenol, desde que preencham os seguintes requisitos.
Conforme a defesa de Daniele, todos os requisitos são preenchidos pela farmacêutica, o que garante a legalidade do trabalho dela.
Sobre as investigações, ontem a delegada Aline Manzatto afirmou que a investigação não tem a ver com o caso de São Paulo, onde empresário Henrique Chagas morreu na clínica da influencer Natália Becker, em São Paulo, durante uma aplicação de peeling de fenol. Como o nome de Daniele veio à tona por ter aplicado o curso a Natália, outra investigação independente foi aberta na capital.
“Assim que o caso foi divulgado pela imprensa , eu instalei o processo para investigar se houve o exercício ilegal da medicina pela Daniele. Ela veio até a delegacia e prestou informações a respeito dos fatos. Ela e o advogado afirmaram que trarão todos os documentos para a gente saber se ela poderia ministrar o curso e emitir um certificado. “O inquérito daqui aqui é outro, não tem relação com a morte de São Paulo. A nossa investigação é sobre exercício ilegal de medicina e se houve falsificação documental para a emissão dos certificados” disse.
A defesa da farmacêutica de Curitiba, Daniele Stuart, afirmou em entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (11), que a influencer Natália Becker completou o curso de peeling de fenol apenas após a morte do empresário Henrique Chagas, que aconteceu na clínica dela. Segundo o advogado Jeffrey Chiquini, Natália busca em Daniele um álibi e, se tivesse seguido as orientações do curso, a fatalidade não teria acontecido.
“Ela conclui o curso três dias após a morte da vítima. A plataforma mostra que concluiu o curso somente no dia 8 de junho. É um curso de 6 horas. Se tivesse seguido o protocolo, isso não teria acontecido. O procedimento feito por ela não condiz com o curso”, disse o advogado. Ao Portal g1PR, a defesa de Natália negou as declarações e disse que apenas o certificado foi emitido no dia 8, mas que o curso tinha sido realizado em junho de 2023.
Na entrevista, Chiquini fez questão de destacar que Daniele é habilitada para ministrar o curso, que é livre e conceitual, portanto permitido pela legislação. “Ela é habilitada para atuar na área. Injusto e precipitado vinculá-la com o caso. Não há vínculo com aquela vítima. A Natália não seguiu o protocolo da doutora Daniele. Quem não possui habilitação é a Natalia. A Natália não foi aluna da Danielle. Ela concluiu o curso após data dos fatos para ter um álibi. Usou o nome da Danielle para ter um álibi”, enfatizou
Daniele é alvo de investigação da Polícia Civil de São Paulo por ter ministrado o curso para Natália. Segundo a polícia, a investigação é para saber se Daniele, ao ensinar a técnica de peeling, exerceu ilegalmente a profissão de medicina. Chiquini defendeu que o curso é ‘conceitual’ e não especializante, levando a pessoa a entender como o procedimento funciona. Ainda, salientou que a plataforma questiona se o interessado tem a formação acadêmica permitida para a realização da aplicação.
“Nós vamos prestar esclarecimentos e contribuir com as investigações, em respeito à vítima. Natália é culpada, errou, não era habilitada e desobedeceu o protocolo. A Danielle é uma profissional respeitada e habilitada, com mais de três mil alunos e sem reclamação em conselho de classe. Agora, é injustamente vinculada ao caso”, concluiu.