- Atualizado há 1 semana
Em reunião com a vice-presidente da Comissão de Saúde e líder do Bloco Parlamentar de Saúde Pública da Assembleia Legislativa do Paraná, deputada Márcia Huçulak (PSD), nesta terça-feira (8), membros do Conselho Estadual de Saúde do Paraná (CES/PR) entregaram um manifesto de repúdio a falas anti-vacinação proferidas no Parlamento.
Os representantes do órgão também demonstraram preocupação com a possibilidade de apresentação de um projeto de lei que vise eliminar a cobrança de vacinação nos primeiros anos escolares (tramitação que ainda não teve início na Casa).
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
O Conselho Estadual reúne gestores, prestadores de serviços, profissionais e representantes dos usuários de Saúde. O conselheiro Decarlo Cisz Trevisan destacou o risco de comprometimento da chamada “imunização de rebanho” – quando grande parte da população se torna imune, pela vacinação ou infecção natural. “Temos que tomar a vacina para fortalecer esse sistema. Quanto mais pessoas tomarem, mais pessoas estarão protegidas”, ressaltou Trevisan, que representa o Conselho Regional de Enfermagem no CES.
O manifesto alerta para o perigo da desinformação, na medida em que a disseminação de discursos anti-vacina “não têm base científica e geram um impacto perigoso para saúde pública”.
“Hoje temos baixos índices de vacinação em todas as vacinas. Quando você desestimula o uso de um imunizante, você desestimula o uso de todos”, ressaltou a deputada Márcia Huçulak.
Os conselheiros entendem que a tentativa de deslegitimar a importância da imunização gera um aumento da “hesitação vacinal” – ou seja, a dúvida sobre aplicar o imunizante –, comprometendo anos de progresso na Saúde Pública.
Um exemplo é a baixa procura pela vacina contra dengue no último ano, além de casos recentes de morte por coqueluche – problema que não ocorria no Brasil há anos. Em 2024, pelo menos dois bebês, de cinco e três meses, morreram por coqueluche em Curitiba, segundo a secretaria municipal de Saúde. Ambos não haviam sido vacinados. Foram os primeiros óbitos em 11 anos.
Ciência
De acordo com o manifesto do CES, os posicionamentos contra vacina ignoram evidências científicas, “colocando vidas em risco e fomentando desinformação sobre imunização infantil”.
O manifesto lembra que a vacinação contra covid-19 salvou milhões de vidas e continua sendo a forma mais eficaz de prevenir hospitalizações, sequelas e mortes causadas pela doença.
“Defender a vacinação não é uma questão ideológica”, diz o documento. “A vacinação não é uma decisão meramente individual, mas um compromisso coletivo que visa a proteger toda a sociedade.”
O documento lembra que a Constituição Federal (artigo 196) determina que o Estado deve garantir ações de saúde pública “para todos os brasileiros”.
O manifesto reafirma o compromisso do Conselho com “a ciência, com a saúde pública e com a proteção da população brasileira”.
*Com informações da Alep