- Atualizado há 19 horas
As presidentes dos Conselhos de Segurança (Consegs) dos bairros Centro Cívico e São Francisco, em Curitiba, apoiaram, por meio do Movimento Contra a Perturbação do Sossego, a ação das forças de segurança na madrugada da última segunda-feira (3) na região do Centro Histórico. Houve uma intervenção policial após a festa da cerimônia do Oscar, na Rua Riachuelo, a qual os foliões acusam que houve uso em excesso e desnecessário de força.
Na nota, o Movimento Contra a Perturbação do Sossego afirma que o uso proporcional da força foi necessário para conter condutas ilícitas, entre as quais perturbação de sossego e o vandalismo. O documento ainda afirma que essas condutas expõem crianças e adolescentes e as incentivam a reproduzirem este comportamento.
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“Com a chegada das forças de segurança pública, pelo estado de embriaguez alcoólica e estimulados pelo grupo, frequentemente infratores desacatam e enfrentam os agentes públicos, atentando, por vezes, contra a sua integridade física e moral. Nessas circunstâncias, os profissionais responsáveis pela defesa da sociedade precisam agir com a energia necessária e suficiente. A população deve procurar conhecer e compreender os acontecimentos nos seus respectivos contextos de modo que se evitem avaliações precipitadas, parciais e injustas. Convém considerar que os agentes de segurança pública assumem diferentes formas de risco para atender continuamente as pessoas nos seus pedidos de socorro”, diz a nota.
“Sob o pretexto de promoverem a diversão, turismo, o entretenimento, a gastronomia e a cultura, estes grupos avançam sobre os direitos dos munícipes ao sossego e à ordem pública, que compreende a tranquilidade, a salubridade e a segurança. Iniciativas dessa natureza atraem pessoas que ingerem bebidas alcoólicas de forma desenfreada, consomem drogas, descartam lixos e fazem necessidades fisiológicas de forma inadequada. Certamente não é o caminho para o Redesenvolvimento da Região Central de Curitiba”, concluiu a nota.
Uma confusão entre as forças de segurança e foliões marcou o pós-festa do Oscar na Rua Riachuelo, no Centro de Curitiba, na madrugada de segunda-feira (3). Enquanto os Blocos de Carnaval de Curitiba afirmam que houve uma ação truculenta da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal (GM), as corporações afirmam que houve um ataque com garrafas e outros objetos contra as equipes policiais.
Segundo a Prefeitura de Curitiba, que organizou o evento da festa do Oscar, a GM foi acionada para atender uma denúncia anônima de pichação na Rua Riachuelo. O vandalismo começou após o evento do Oscar, no Cine Passeio, que reuniu 5 mil pessoas. Durante a abordagem dos pichadores, os Guardas Municipais foram hostilizados. As equipes foram atingidas por garrafas e outros objetos atirados contra eles. A Polícia Militar fez a dispersão do grupo.
Vídeos mostram o momento da confusão no Centro de Curitiba:
A PM deu a mesma versão que a Prefeitura de Curitiba, confirmando o acionamento após a festa do Oscar. No momento da ação, alguns indivíduos tentaram impedir a operação, atirando garrafas e outros objetos contra as equipes policiais. Diante da necessidade de restabelecer a ordem e garantir a continuidade do trabalho, foi utilizada munição de impacto controlado para dispersar os agressores. A atuação ocorreu de maneira técnica e proporcional, sem o registro de feridos.
Ainda conforme a Prefeitura de Curitiba, duas pessoas foram presas foram presas e encaminhadas para a Central de Flagrantes, da Polícia Civil. “A prefeitura de Curitiba apoia e incentiva eventos culturais de rua, mas não irá tolerar ações de vandalismo e desordem em nossa cidade”, diz a nota da prefeitura.
Por sua vez, o Blocos de Carnaval de Curitiba emitiu uma nota na rede social Instagran criticando a ação policial, afirmando que a capital viveu mais um triste episódio de violência institucional e repressão contra a própria população.
“Enquanto os cidadãos comemoravam o Carnaval e comemoravam a vitória histórica do Brasil no Oscar, a Polícia Militar e o Confronto da Guarda Municipal (GM) intervieram brutalmente na Rua Riachuelo, no centro histórico da cidade, fechando estradas, reprimindo o público com bombas de gás e disparos de borracha, transformando um momento de alegria e união no medo e no terror”, disse o grupo.
O Blocos do Carnaval de Curitiba afirmou ainda que rejeitam fortemente essa “ação covarde e desproporcional das forças de segurança, que mais uma vez demonstram seu desprezo pela ocupação popular do espaço público e pelo direito fundamental à liberdade de expressão e celebração”.
“O que aconteceu na Rua Riachuelo é inaceitável. As imagens de pessoas sendo brutalmente dispersas, agredidas e expostas a um aparelho de guerra repressivo no coração da cidade mostram uma tentativa deliberada de criminalizar a cultura e a livre ocupação do espaço urbano. Não aceitamos que nossa alegria seja alvo de repressão, não aceitamos que nossas manifestações culturais sejam tratadas como perturbação”, aponta ainda a nota.
Confira a postagem completa abaixo: