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Congresso Nacional estará à direita e mais radicalizado com bolsonaristas

Campeões de voto nos principais Estados são quase todos ligados ao presidente
Campeões de voto nos principais Estados são quase todos ligados ao presidente

Estadão Conteúdo

03/10/22
às
8:19

- Atualizado há 2 anos

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A eleição deste domingo transformou o Congresso Nacional no mais conservador da história do período democrático do País, considerando o resultado obtido nos principais colégios eleitorais. Os partidos de direita, com predomínio das legendas do Centrão, conquistaram a maioria das cadeiras da Câmara e do Senado em disputa.

Plenário da Câmara dos Deputados (Antônio Cruz/Agência Brasil)

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, elegeu as maiores bancadas para a Câmara em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O levantamento leva em conta o resultado parcial de mais de 90% das urnas apuradas. Os números finais ainda podem mudar com a totalização final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em São Paulo, o partido de Bolsonaro ficou com 17 cadeiras na Câmara, enquanto a federação PT-PCdoB-PV, que apoia o petista Luiz Inácio Lula da Silva, conquistou 11 vagas. No total, São Paulo tem 70 deputados federais. Com 98,45% das urnas apuradas, Guilherme Boulos (PSOL) foi o campeão em São Paulo para a eleição de deputado federal, com 986.954 votos. Ficou na frente do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente, que chegou em terceiro lugar, com 731.574 votos. Também reeleita, a deputada Carla Zambelli (PL), ocupou a segunda posição, com 935.290 votos.

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles também conquistou uma vaga, sendo o quarto mais votado entre os paulistas, com 638.427 votos. Mas candidatos de direita que romperam com Bolsonaro tiveram dificuldades. Joice Hasselmann (PSDB-SP), a mulher mais votada em 2018 para deputada federal, teve apenas 13.413 votos e perdeu o cargo.

O PL de Bolsonaro se tornou o principal partido do Centrão e campeão de cadeiras na eleição para deputado federal no Rio, com 11 das 46 vagas em disputa. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) era segundo mais bem votado no Estado, com 204.889 votos, no momento em que 99,72% das seções estavam totalizadas. Logo atrás vinha Talíria Petrone (PSOL), a mais bem votada na esquerda.

Em Minas, o vereador Nikolas Ferreira (PL) teve 1.396.211 de votos e caminha para ser o deputado federal mais votado do País, com 93,54% das urnas apuradas no Estado.

Na prática, a vitória de políticos do Republicanos, do PP e do União Brasil fortalece a bancada da direita no Congresso. O PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o União Brasil, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE), negociam a formação de um único partido.

A configuração que sai das urnas aumenta a chance de o grupo ficar com os cargos mais estratégicos da Câmara a partir de 2023, incluindo a presidência da Casa, ampliando o domínio sobre a elaboração do Orçamento e a votação dos projetos de lei. Lira é candidato a novo mandato à frente da Câmara. Em Alagoas, com 74,74% das seções finalizadas, ele era o candidato mais votado.

A eleição para o Senado também foi marcada pela vitória de aliados de Bolsonaro e políticos que colaram seus nomes à figura do presidente. Os partidos de direita emplacaram 19 nomes.

Os ex-ministros Sérgio Moro (União Brasil-PR), Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Pontes (PL), Tereza Cristina (PP) e Rogério Marinho (PL-RN) foram eleitos senadores. O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também conquistou uma vaga no Senado e Magno Malta (PL-ES) volta à Casa.

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