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Companhia Saudita anuncia plano de investir R$ 8 bilhões no Brasil

O montante de recursos inclui aportes em pesquisas geológicas e também em projetos de parceria com mineradoras locais
Foto: Divulgação/MME
O montante de recursos inclui aportes em pesquisas geológicas e também em projetos de parceria com mineradoras locais

Estadão Conteúdo

16/01/25
às
8:13

- Atualizado há 4 dias

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A Ma’aden, maior companhia de mineração e metais da Arábia Saudita, com investimentos em diversos tipos de matérias-primas, comunicou ao governo brasileiro que pretende investir US$ 1,25 bilhão (R$ 8 bilhões) no País. O montante de recursos inclui aportes em pesquisas geológicas e também em projetos de parceria com mineradoras locais.

A decisão foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em Riad, capital saudita, onde se realiza o evento internacional Future Minerals Forum, que reúne representantes de mais de 50 países. De acordo com o ministro, a Ma’aden deve abrir um escritório em São Paulo nos próximos meses para montar sua base de atuação no País.

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“Carecemos muito de conhecer mais do nosso subsolo para pesquisa e para parcerias com o setor mineral brasileiro, a fim de que possamos explorar, ou eu prefiro até a palavra ‘fazer o aproveitamento sustentável’ adequado do subsolo”, disse Silveira, em conversa com jornalistas em Riad.

O ministro não informou detalhes sobre que tipos de minérios serão explorados pela mineradora saudita. Mas, segundo informações, a empresa teria interesse em “minerais estratégicos” (cobre, níquel, lítio, cobalto, manganês e grafite) para uso na transição energética. Silveira teve reunião bilateral com o ministro de Mineração da Arábia Saudita, Bandar Alkhorayef. Segundo ele, as negociações para a abertura do escritório da Ma’aden foram iniciadas durante um outro encontro, em Davos, na Suíça.

Segundo disse ao Estadão um executivo do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), presente ao evento, a Arábia Saudita, rica em recursos oriundos da exploração petrolífera, deflagrou um plano de longo prazo de investimentos no setor mineral, tanto para desenvolver a atividade localmente quanto para garantir acesso a minerais estratégicos em outros países.

Plano saudita

Negócios com os árabes já vêm acontecendo. Em abril passado, a Vale informou que concluiu o acordo, anunciado em julho de 2023, de venda de 10% da sua controlada Vale Base Metals por US$ 2,5 bilhões (R$ 15 bilhões pela cotação atual) para a Manara Minerals. A Manara é uma joint venture entre a Ma’aden e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. Sediada no Canadá, a subsidiária da Vale produz níquel e cobre.

O executivo do Ibram lembrou que o setor de mineração saudita é limitado, não tem diversidade de minerais e metais e, há três anos, o governo do país decidiu realizar eventos internacionais para tentar atrair investimentos tanto no país quanto para desenvolver operações de produção no exterior. Neste momento, segundo o executivo, o governo saudita está assinando contratos com vários países.

Novas jazidas

Segundo especialistas do setor de mineração, a etapa de prospecção e pesquisa geológica é muito importante para descobertas de novas jazidas minerais. E é também uma etapa muito cara, que demanda muito dinheiro, e de grande risco. Em média, de cada mil áreas pesquisadas, somente uma se transforma em mina.

No Brasil, a Vale é a empresa que mais investe em pesquisas geológicas. Nos últimos anos, a companhia definiu orçamentos de centenas de milhões de dólares para períodos de ao menos cincos anos, no País e outros lugares do mundo. Grandes mineradoras, como Rio Tinto, BHP e Anglo American, entre outras, têm departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com planos plurianuais de investimentos em pesquisas geológicas.

A Ma’aden, também conhecida como Saudi Arabian Mining, é uma companhia estatal sediada em Riad. A mineradora foi criada em 1997 para desenvolver recursos minerais no país, então muito voltado ao petróleo. Em 2008, o governo saudita vendeu metade do capital da mineradora na Bolsa de valores (Tadawul). Dez anos depois, sua participação subiu com aportes do Fundo de Investimento Público (PIF), passando a 65,44%.

A companhia, segundo informação disponível em seu site, está estruturada em cinco unidades de negócios: exploração mineral, ouro e metais de base (cobre, níquel, zinco), fosfato (matéria-prima usada em fertilizantes), minerais industriais e alumínio. Em 2023, a receita da companhia foi da ordem de US$ 7,9 bilhões.

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