- Atualizado há 19 horas
Com o aumento no número de casos confirmados de sarampo nos últimos meses na Bolívia, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba reforça o alerta à população em relação à necessidade de manter a vacinação em dia. De acordo com o último boletim da Organização Pan-Americana de Saúde, de 1 de julho, já são 60 os casos registrados no país vizinho. Até o momento, não há registros da doença no Paraná e em Curitiba.
“O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa e a principal forma de se proteger é mantendo a vacinação em dia”, alerta a secretária municipal da Saúde, Tatiane Filipak.
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O esquema vacinal vigente para a doença prevê duas doses de imunizante com o componente sarampo, sendo uma dose da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola), aos 12 meses de idade, e uma da vacina tetra viral (que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela), aos 15 meses de idade.
Quem não completou este esquema vacinal quando era criança, precisa atualizar a carteira de vacinação. Crianças, adolescentes e adultos de 15 meses a 29 anos precisam ter tomado durante a vida pelo menos duas doses da vacina com o componente contra o sarampo. Já os adultos de 30 a 59 anos precisam ter tomado, no mínimo, uma dose da vacina com o componente contra o sarampo após terem completado 1 ano de idade.
Além das doses do esquema vacinal habitual, desde 13 de junho de 2025 está em vigor também a chamada “doze zero” da vacina contra o sarampo para todos os bebês de 6 meses a menores de 1 ano de idade, seguindo determinação do Ministério da Saúde. A chamada dose zero é uma estratégia temporária, adotada em momentos em que há risco de surto de sarampo, para melhorar a proteção dos bebês, considerados mais vulneráveis às complicações pela doença.
A dose zero oferece uma proteção precoce e temporária. Porém, não substitui as doses previstas no calendário de rotina, que devem ser mantidas aos 12 e 15 meses de idade.
Para verificar os pontos de vacinação, endereços e horário de funcionamento, consulte o site Imuniza Já Curitiba. A SMS orienta para que as pessoas que não têm ou não sabem se têm o esquema vacinal completo contra o sarampo procurem uma unidade de saúde.
Em caso de dúvida, a orientação é entrar em contato com a Central Saúde Já, pelo telefone 3350-9000, de segunda a sexta, das 7h às 22h; e nos sábados e domingos, das 8h às 20h.
De acordo com o boletim da Organização Pan-Americana de Saúde, já foram registrados mais de 7 mil casos da doença nas Américas em 2025, incluindo 13 óbitos. Canadá, México e Estados Unidos concentram 98% dos casos da doença. Na América do Sul, a situação mais preocupante é da Bolívia, com 60 casos registrados, e na Argentina com 34. No Brasil, são cinco casos confirmados até o momento, no Distrito Federal (1), Rio de Janeiro (2), São Paulo (1) e Rio Grande do Sul (1).
Esclarecimentos sobre a vacina
Perdi a minha carteira de vacinação de papel. Como verificar se já tomei a vacina contra sarampo?
Quem tem dúvidas a respeito de sua situação vacinal pode consultar o aplicativo Saúde Já Curitiba, que traz a carteira de vacinação virtual dos usuários do SUS curitibano, com as vacinas que estão registradas no sistema. O app pode ser instalado gratuitamente em smartphones ou tablets, basta baixá-lo na App Store (aparelhos com sistema iOS) ou na Play Store (aparelhos com sistema Android). O acesso também pode ser feito via internet, na página saudeja.curitiba.pr.gov.br.
Se a dúvida persistir, a orientação é entrar em contato com a Central Saúde Já, pelo telefone 3350-9000, de segunda a sexta, das 7h às 22h; e nos sábados e domingos das 8h às 20h.
Porque está se falando tanto em sarampo agora?
Até o momento, não há registros da doença no Paraná e em Curitiba. Mas há registros de casos importados em estados vizinhos ao Paraná. Além disso, foram registrados mais de 7 mil casos da doença nas Américas este ano, inclusive em países vizinhos como Argentina e Bolívia. Recentemente, o Ministério da Saúde fez um alerta por conta do surto na Bolívia, considerando o risco de propagação da doença.
Em todo o mundo já foram registrados mais de 88 mil casos da doença neste ano, de acordo com o boletim da Organização Pan-Americana de Saúde.
Como se prevenir?
A melhor forma de evitar o sarampo é a vacina. Além disso, recomenda-se manter os hábitos de higiene, lavando sempre as mãos com água e sabão e com uso álcool gel, como é recomendado também para a prevenção de outras doenças de transmissão respiratória, como a gripe, covid-19 e as meningites.
Para quem a vacina do sarampo é indicada?
O esquema vacinal vigente para a doença prevê duas doses de imunizante com o componente sarampo, sendo uma dose da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola), aos 12 meses de idade, e uma da vacina tetra viral (que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela), aos 15 meses de idade.
Quem não completou este esquema vacinal quando era criança, precisa atualizar a carteira de vacinação. Crianças, adolescentes e adultos de 15 meses a 29 anos precisam ter recebido duas doses da vacina com componente contra o sarampo após completar 1 ano de idade. Já adultos de 30 a 59 anos precisam ter registro de ao menos uma dose da vacina com o componente contra o sarampo. Profissionais de saúde devem ter duas doses de vacina na vida, realizadas após um ano de idade
Além das doses do esquema vacinal habitual, desde 13 de junho de 2025 está em vigor também a chamada “doze zero” da vacina contra o sarampo para todos os bebês de 6 meses a menores de 1 ano de idade, seguindo determinação do Ministério da Saúde.
Como checar se a vacina contra o sarampo está registrada na carteira de vacinação?
As vacinas que protegem contra o sarampo são:
*Qualquer uma dessas definições pode estar na carteira de vacinas. Todas significam que a pessoa foi imunizada contra o sarampo.
Para quem a vacina é contraindicada?
A vacina não dever ser feita em crianças menores de 6 meses de idade, gestantes e pacientes imunodeprimidos ou com reação alérgica grave (anafilaxia) após dose prévia ou após contato com as substâncias que compõem a vacina. Recomenda-se também um intervalo de 30 dias após a vacina, para as mulheres que desejam engravidar.
Por que apenas uma dose da vacina tríplice viral é oferecida a pessoas de 30 a 59 anos?
Pessoas nesta faixa etária tiveram algum contato com o vírus do sarampo, que circulou no passado. Por isso, apenas uma dose é considerada pelo Ministério da Saúde como suficiente para conferir imunidade.
Pessoas com 60 anos ou mais precisam se vacinar?
De acordo com o calendário de rotina do Ministério da Saúde, não é necessário, pois estas pessoas cresceram numa época em que sarampo era uma doença muito comum entre as crianças, tornando-as possivelmente imunizadas naturalmente pela própria doença.
Quem vai viajar precisa se vacinar?
É muito importante que quem vai viajar para locais onde há surto de sarampo confira antes se está com a situação vacinal adequada, segundo o preconizado pelo esquema vacinal atual do Ministério da Saúde.
Por que, além das crianças, há preocupação com os jovens?
Em Curitiba, segundos dados de 2024, as crianças têm um índice de cobertura da vacina de 96,4% para a primeira dose e de 88,2% para a segunda dose. Porém, não há informações no Brasil sobre o índice de cobertura entre adolescentes e jovens adultos. Isto porque, antes de 2006, o calendário nacional de vacinação previa apenas uma dose de imunização contra a doença, diferente do que é recomendado hoje. Portanto, quem nasceu antes de 2006 precisa verificar qual é a sua situação vacinal e, dependendo da idade, procurar uma unidade de saúde e atualizar a carteira.
Além disso, no surto da doença de 2019/2020, 96% dos acometidos por sarampo em Curitiba eram da população jovem e adulta, entre 15 e 49 anos.
Qual é a eficácia da vacina?
A primeira dose da vacina, tomada com 1 ano de idade, garante 93% de proteção. E com a segunda dose, aos 15 meses de idade, tem-se 97% de eficácia. Assim, se a pessoa estiver com a vacinação em dia, é muito difícil que ela contraia ou transmita o vírus que causa a doença. No entanto, em situações de surto, podem ocorrer casos raros em que pessoas vacinadas há mais tempo tenham sarampo.
A vacina é segura? Tem efeitos colaterais?
A vacina contra o sarampo é considerada muito segura, mas, como todo medicamento, pode ter efeitos colaterais, geralmente brandos, como dor ou inchaço no local da aplicação. Na segunda dose, as chances desses efeitos aparecerem é ainda menor.
Quanto tempo demora para a vacina fazer efeito?
Em torno de duas semanas.
Quem já pegou sarampo uma vez está imune?
Sim. Os indivíduos que já tiveram a doença estão naturalmente imunes e não adoecem novamente. Porém, a vacina tríplice viral protege também contra outras doenças como caxumba e rubéola. Por isso, a recomendação é realizar a vacinação mesmo para quem já teve sarampo.
Posso receber a imunização mesmo se não tenho certeza se já tomei a vacina do sarampo no passado ou se não sei se tenho o esquema vacinal completo?
Sim, não há risco à saúde em repetir esta vacina, caso já tenha tomado no passado e não tenha registro.
Esclarecimentos sobre o sarampo
O que é o sarampo e como é transmitido?
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções infectadas. As complicações mais comuns são otite, pneumonia, diarreia, encefalite e problemas neurológicos. A doença pode, em alguns casos, levar a morte.
Quanto tempo dura o período de contágio?
O vírus pode ser transmitido seis dias antes até quatro dias depois de aparecerem as lesões de pele (manchas vermelhas), características da doença. O período de maior transmissibilidade ocorre 48 horas antes e até 48 horas depois do início dessa manifestação na pele (rash ou exantema). Estima-se que a capacidade de contágio do vírus do sarampo é até quatro vezes maior que do vírus da gripe.
Quais são os sintomas da doença?
Coriza, tosse, conjuntivite e febre (igual ou maior que 38ºC). Poucos dias depois, a febre fica mais alta (maior que 39°C) e aparece o exantema ou rash (“grosseirão no corpo”, com manchas vermelhas que começam geralmente no rosto e na parte de trás das orelhas e pescoço para, nos dias seguintes, avançarem para o abdome, braços e pernas). Este exantema não coça nem dói e desaparece instantaneamente no local em que se faz pressão. Essa fase de exantema febril pode durar até cinco dias, quando a febre começa a abrandar.
Quando é a hora de procurar o serviço de saúde?
Ao perceber que a febre não cessa e as manchas na pele já começaram a aparecer, mantenha-se isolado, use máscara e procure o serviço de saúde imediatamente. Caso você tenha viajado para algum local com surto nas últimas semanas ou tenha tido contato com alguém que tenha sido diagnosticado com sarampo recentemente, procure o serviço de saúde no primeiro dia que apresentar febre.
Tem tratamento?
Não existe tratamento antiviral específico para o sarampo, apenas para seus sintomas. As principais complicações são evitadas com uma boa nutrição, repouso, higiene respiratória e ingestão de líquidos. Os antibióticos são indicados apenas se houver complicações como infecções bacterianas nos olhos, ouvidos ou pulmões. No caso de crianças, também são recomendados suplementos de vitamina A para prevenir danos oculares e cegueira.
*Com informações da Prefeitura de Curitiba