
- Atualizado há 4 anos

Motoristas e cobradores vão se reunir na tarde desta quinta-feira (28), na Superintendência Regional do Trabalho, para uma audiência com os patrões. Segundo eles, há atraso no pagamento do salário, já que o adiantamento quinzenal do mês de abril até hoje ainda não tinha sido recebido.
A negociação será intermediada pelo sindicato que representa os trabalhadores (Sindimoc) e a Setransp, das empresas de ônibus. Ainda haverá a presença da Urbanização de Curitiba (URBS), responsável pelo transporte coletivo de Curitiba.
Segundo o Sindimoc, os atrasos nos pagamentos dos colaboradores são recorrentes, principalmente na região urbana de Curitiba.
O alerta para que a reunião acontecesse ainda nesta tarde partiu de um comunicado da Setransp, onde as empresas alegam dívida que a URBS possui – que chega a R$ 13 milhões. Por isso, as empresas estariam com dificuldade de realizar o pagamento do salário dos trabalhadores.

“Os trabalhadores não têm culpa nenhuma com relação aos atrasos da URBS, porque o trabalhador desempenhou a sua função. Uns levantam todos os dias às 4h da manhã, outros são os últimos a dormir. Os motoristas e cobradores merecem respeito e os seus pagamentos em dia”, reforça o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.
Para garantir o funcionamento dos ônibus em Curitiba e região metropolitana, a URBS se adiantou e teria emitido um ofício determinando que, caso ocorrem paralisações por conta dos atrasos, autorizaria outras empresas a cobrir as linhas prejudicadas.
Diante do atraso e das supostas dívidas, o Sindimoc informou que abrirá indicativo de greve para parar todas as linhas de transporte coletivo que são geridas pela URBS. Isso acontecerá, segundo o Sindimoc, caso o salário dos trabalhadores atrase em maio, no quinto dia útil.
Em busca de um acordo, a reunião acontece a partir das 16 horas, na Superintendência Regional do Trabalho no Paraná.
Para o Portal Nosso Dia, a Urbs confirmou que o atraso é de um dia, conforme nota oficial encaminhada à redação.
“A Urbanização de Curitiba (Urbs) informa que os pagamentos estão em dia até 24/4 e que ainda não foram repassados R$ 2, 44 milhões relativos ao vencimento de ontem (27/4). A empresa aguarda a aprovação, pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) o projeto de suplementação orçamentária de R$ 174 milhões, que será usado, em sua maior parte, para fazer frente ao déficit do sistema em 2022. O município também aguarda a assinatura do convênio com o Governo do Estado para o repasse de subsídio ao transporte coletivo.
A Urbs reitera que tem feito esforços para acelerar os dois projetos e assim evitar atrasos nos pagamentos às empresas. O transporte coletivo prevê um déficit de R$ 154 milhões em 2022, gerado pela diferença entre a tarifa técnica (R$ 6,37) – que é a efetivamente paga às empresas – e a social, paga pelo usuário, de R$ 5,50. A diferença é coberta por subsídio do poder público. A empresa também ressalta que o transporte coletivo é um serviço essencial, vital para o deslocamento de milhares de pessoas todos os dias. A redistribuição de linhas entre empresas em caso de greve é uma prerrogativa de contrato e também uma forma de preservar o usuário de ônibus da capital.”
*Atualização. Às 17h40, houve a confirmação durante a reunião de que o repasse da Urbs para as empresas acontecia ainda nesta quinta-feira. E que diante disso, as empresas se prontificaram a efetuar o pagamento do vale dos trabalhadores até as 10 horas de sexta-feira (29).