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SEGURANÇA

Caso Raíssa: MPPR denuncia humorista por feminicídio; pai e filho mudaram cena de crime

Logo após matar Raíssa, o acusado e o filho Dhony passaram a mudar a cena do crime, trocando objetos de lugar, limpando móveis, segundo o MPPR.
Marcelo e Dhony estão presos pelo crime contra Raíssa. (Foto: Reprodução)
Logo após matar Raíssa, o acusado e o filho Dhony passaram a mudar a cena do crime, trocando objetos de lugar, limpando móveis, segundo o MPPR.

Geovane Barreiro

23/06/25
às
16:47

- Atualizado há 2 dias

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O Ministério Público do Paraná – MPPR ofereceu denúncia, nesta segunda-feira (23), pelo crime de feminicídio do humorista Marcelo Alves dos Santos, 40 anos, contra a jovem Raissa Suellen Ferreira da Silva, 23 anos. O acusado confessou ter assassinado Raíssa, ambos naturais de Paulo Afonso, na Bahia. A jovem passou uma semana desaparecida – após ele e o filho, Dhony de Assis, confessarem suas participações no crime. Para o MPPR, além da ocultação de cadáver, ambos mudaram a cena do crime para enganar a polícia e foram denunciados por fraude processual qualificada. A participação de Dhony no feminicídio não está descartada, segundo o MPPR.

De acordo com o promotor André Tiago Pasternak Glitz, responsável pela denúncia, o humorista traiu a confiança que Raíssa depositava nele e elaborou um plano para atraí-la a sua residência. ‘Sem que Raíssa soubesse de suas verdadeiras intenções, Marcelo mentiu para a vítima sobre uma inexistente oportunidade de emprego, inclusive se oferecendo para levá-la pessoalmente a São Paulo, detalha.

Raíssa Ferreira. Foto: Rede social/Instagram

Para o MPPR, o humorista passou a investir contra a jovem e a matou ao ter uma recusa – caracterizando o crime de feminicídio. “O acusado matou Raíssa por não se conformar com a negativa da vítima face a suas investidas e com o legítimo exercício de sua autonomia, praticando o crime por causa e em menosprezo à sua condição de mulher, após atraí-la à sua residência sob o pretexto de que havia conseguido para ela uma oportunidade de trabalho“.

Cena do crime

Logo após matar Raíssa, o acusado e o filho Dhony passaram a mudar a cena do crime, trocando objetos de lugar, limpando móveis, segundo o MPPR. “Em comunhão subjetiva de vontades e agindo dolosamente, inovaram artificiosamente o estado de lugar e coisas, com o fim de produzir efeito em processo penal. Para tanto, vestígios relacionados a morte de Raíssa foram alterados com o intuito de prejudicar futura apuração dos fatos em processo penal, tendo os acusados limpado o imóvel, alterado objetos de lugar, desfazendo-se e destruindo pertences e materiais relacionados ao crime, inclusive os pertences pessoais que a vítima havia levado, acreditando que viajaria a São Paulo”.

Raíssa desembarca do carro emprestado por Alves, pouco antes do crime. Foto: Polícia Civil

O celular e pertences da jovem Raíssa nunca foram encontrados. Para a polícia, em depoimento que confessa ter matado a jovem, Marcelo diz ter atirado o celular dela no lago do Parque Barigui. Já os pertences, disse ter jogado em um terreno baldio próximo a casa deles, mas nada foi encontrado.

Investigação

De acordo com o documento do MPPR, as investigações do caso continuam em aspectos paralelos, como o exame de necropsia da jovem Raíssa feito pelo Instituto Médico Legal (IML). Ainda há dúvida com relação ao objeto – e se houve algum material – usado na morte da garota.

Ainda, o MPPR pede um laudo de exame toxicológico da vítima e laudos periciais das conversas e ligações dos celulares apreendidos pela Polícia Científica.

Humorista Marcelo Alves confessou o crime (Foto: Divulgação)

Ainda, no documento, o MPPR pede que haja a negativa de qualquer afrouxamento de pena, inclusive, ao benefício concedido pela confissão, principalmente, pelo fato de os acusados estarem sendo denunciados por fraude processual, ou seja, tentarem enganar a polícia.

Sobre a prisão de Dhony, o promotor reitera que ele ‘ainda está sendo investigado pela sua participação no crime de feminicídio (…) estando, inclusive, preso temporariamente por ordem deste juízo‘.

Crime

Raíssa desapareceu na manhã de segunda-feira, dia 2 de junho, após deixar a casa em que morava com amigas, no bairro Portão, em Curitiba. Ela embarcou no carro de Alves e se despediu das amigas. Essa foi a última vez que amigos e familiares tiveram contato com ela. Logo depois, o celular ficou sem internet e desligado.

Raissa foi Miss Serra Branca Teen da Bahia. Foto: Divulgação

O humorista passou a ser interrogado por familiares por ter sido a última pessoa a ter visto a garota. Ele deu versões diferentes, disse que Raíssa tinha ido embora da casa dele para a cidade de São Paulo, no entanto, pouco antes de confessar, disse para a irmã de Raíssa que ‘tudo seria esclarecido nos próximos dias’.

Na segunda-feira, dia 9, Alves foi até a polícia acompanhado de um advogado e confessou ter matado e enterrado o corpo da jovem em uma cova rasa em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo ele, teria matado Raíssa após se declarar a ela e ter recebido uma negativa da parte dela.

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