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Caminhada do Meio-Dia cobra ação coletiva no combate à violência contra a mulher no Paraná

Manifestação reuniu centenas de pessoas nesta terça-feira (22) na Rua XV e reforçou a urgência de mobilização social para enfrentar a violência contra a mulher no Paraná
Caminhada do Meio-Dia pelo fim da violência contra as mulheres. Foto: Geovane Barreiro/ Nosso Dia
Manifestação reuniu centenas de pessoas nesta terça-feira (22) na Rua XV e reforçou a urgência de mobilização social para enfrentar a violência contra a mulher no Paraná

Angelo Binder e Geovane Barreiro

22/07/25
às
14:41

- Atualizado há 19 horas

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“Homens e mulheres precisam participar”. A frase, dita pela secretária estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, resumiu o tom da 3ª Caminhada do Meio-Dia de combate à violência contra a mulher, realizada nesta terça-feira (22) no Centro de Curitiba. A manifestação partiu da Praça Santos Andrade e seguiu até a Boca Maldita, na Rua XV de Novembro, em um ato de mobilização e conscientização.

Vestidos de branco e com cartazes em mãos, os participantes reforçaram que o combate à violência contra a mulher não é uma responsabilidade exclusiva do poder público. “A violência não é uma questão privada. Ela traz danos muitas vezes irreparáveis, não só para a vítima, mas para toda a sociedade”, afirmou Leandre. “Uma vida não tem preço, mas custa muito caro. E quem paga essa conta somos todos nós”, completou a secretária.

A caminhada integra a campanha “Paraná Unido no Combate ao Feminicídio”, e acontece no Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, previsto na legislação estadual. Neste ano, o ato foi realizado simultaneamente em mais de 170 municípios paranaenses, com o objetivo de dar visibilidade à causa e fortalecer a rede de apoio às vítimas.

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Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), entre 2020 e 2024 foram registrados 946.139 casos de violência contra a mulher no estado, com Curitiba concentrando 16,4% dos registros.

Concentração da caminhada na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. Foto: Geovane Barreiro/ Nosso Dia

“Elas não estão sozinhas”

O defensor público-geral do Estado, Matheus Munhoz, também participou do ato e destacou o trabalho da Defensoria Pública por meio do programa Ampara. “Toda mulher vítima de violência no Paraná pode buscar atendimento jurídico gratuito, online e com uma equipe especializada formada por mulheres. Elas não estão sozinhas”, disse.

O programa oferece, entre outros serviços, o pedido de medidas protetivas de urgência e suporte em processos relacionados à violência doméstica. O acesso pode ser feito pelo site da Defensoria Pública do Paraná.

Cartazes pediam o fim da violência contra as mulheres. Foto: Geovane Barreiro/ Nosso Dia

Polícia Militar intensifica visitas e ações preventivas

Presente na caminhada, a sargento Marina Monteiro, da Coordenadoria da Patrulha Maria da Penha, explicou que o trabalho da PM vai além do atendimento às ocorrências. “Fazemos visitas preventivas, fiscalizações e acompanhamentos mesmo de mulheres que ainda não registraram boletim de ocorrência, muitas vezes com base em denúncias anônimas ou informações repassadas por hospitais e CRAS”, afirmou.

Ela também informou que o número de registros de violência tem aumentado, especialmente após palestras realizadas pela Polícia Militar em escolas, empresas e comunidades. “As pessoas estão reconhecendo e denunciando mais. E isso é resultado direto da conscientização”, concluiu.

Apesar da queda de 18,7% nos homicídios femininos entre 2013 e 2023, as notificações de violência doméstica aumentaram 159,7% no Paraná no mesmo período, conforme o Atlas da Violência 2025.

Polícia Militar participou do evento orientando as pessoas sobre como denunciar casos de violência contra as mulheres. Foto: Geovane Barreiro/ Nosso Dia

Denunciar é o primeiro passo

Casos de violência contra a mulher podem ser denunciados pelo telefone 181 (anônimo), 190 (emergência) ou presencialmente nas delegacias. Medidas protetivas e assistência jurídica podem ser solicitadas gratuitamente pelo programa Ampara, da Defensoria Pública, com atendimento exclusivo de mulher para mulher.

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