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Câmeras mostram três paradas por problemas mecânicos de caminhão que causou nove mortes na BR-376

As investigações do caso prosseguem e, por enquanto, o motorista deve responder por homicídio culposo
Acidente deixou nove pessoas mortas (Foto: Corpo de Bombeiros)
As investigações do caso prosseguem e, por enquanto, o motorista deve responder por homicídio culposo

Redação Nosso Dia

28/10/24
às
13:55

- Atualizado há 2 meses

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Imagens verificadas pela Polícia Civil do Paraná apontam que o caminhão que causou o acidente com nove mortes na BR-376, na noite do último 20, realizou três paradas por problemas mecânicos antes da tragédia. As investigações do caso prosseguem e, por enquanto, o motorista deve responder por homicídio culposo.

Em entrevista na manhã desta segunda-feira (28), o delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito, Edgar Santana, afirmou que seria razoável o motorista ter parado para uma melhor manutenção devido aos problemas mecânico.

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“Pelos problemas, seria razoável ter parado para um melhor conserto. Imagens mostram que foram três paradas. Aguardamos a perícia para chegar a uma conclusao, com prazo de 30 dias para finalizar o inquérito”, afirmou o delegado.

Segundo Santana, são três possibilidades para a causa do acidente. “A primeira seria uma falha humana por imperícia do motorista, a segunda o problema mecânico e a terceira uma soma dos dois fatores”, afirmou.

Além do motorista, o proprietário do caminhão poderá ser responsabilizado caso seja comprovada que o veículo estava sem manutenção prévia.

O acidente

O acidente aconteceu em Guaratuba, na BR-376. Entre as vítimas, estão atletas adolescentes do Projeto Remar para o Futuro, que voltavam de uma competição em São Paulo. Também perderam a vida o treinador da equipe e o motorista da van. Eles tinham entre 15 e 52 anos.

O veículo saiu de São Paulo com destino a Pelotas, no Rio Grande do Sul, em viagem fretada com equipe de atletas adolescentes de remo.

Como aconteceu e quantos veículos estavam envolvidos?

Conforme a PRF, a carreta, dirigida por um homem de 30 anos, que se feriu levemente, teria perdido os freios, colidindo na traseira da van. O veículo foi projetado à frente, batendo na traseira do automóvel conduzido por um homem, que estava sozinho e não se feriu.

Em seguida, no entanto, a van rodou e a carreta a arrastou para fora da pista, tombando sobre o veículo que levava os atletas.

Quem são as vítimas?

colisão provocou a morte do treinador da equipe, do motorista da van e de sete atletas. Na segunda-feira, a prefeitura de Pelotas decretou luto oficial de sete dias.

(Foto: Redes sociais)
  • Samuel Benites Lopes, 15 anos
  • Henri Fontoura Guimarães, 15 anos
  • João Pedro Kerchiner, 17 anos
  • Helen Belony, 20 anos
  • Nicole da Cruz, 15 anos
  • Angel Souto Vidal, 16 anos
  • Vitor Fernandes Camargo, 17 anos
  • Oguener Tissot (coordenador da equipe), 43 anos
  • Ricardo Leal da Cunha (motorista da van), 52 anos

Há sobreviventes?

O veículo de passeio estava com um ocupante, que não se feriu. Na van, eram dez pessoas (só o adolescente João Pedro Milgarejo, de 17 anos, sobreviveu). Na carreta, estava apenas o motorista, que teve ferimentos leves.

João Pedro Milgarejo, de 17 anos, sobreviveu ao acidente da equipe do remo com a van. Ele teve apenas ferimentos leves. Foto: Projeto Remar para o Futuro/Divulgação

Após o acidente, o adolescente resgatado com vida e o motorista da carreta foram encaminhados para o Hospital São José, em Joinville, Santa Catarina. Ambos receberam alta médica.

Milgarejo participou da conquista da medalha de ouro no four skiff masculino, no sábado, 19, com os companheiros Samuel Benites, Henry Fontoura e João Kerchiner, mortos no acidente, como outros quatro atletas.

A mãe do jovem, a técnica de enfermagem Gabriele Nolasco, viajou na segunda-feira, de Pelotas para Joinville, em busca do filho. Segundo ela, ele teve ferimentos em um olho e nas pernas.

Ela conseguiu falar com o rapaz três horas após o acidente e recebeu a informação de que ele havia sido encaminhado para o hospital, mas estava bem. No momento em que falou com a mãe, o adolescente ainda não sabia da morte de todos os colegas.

Equipe de medalhistas

Ainda no domingo, a equipe fez uma publicação, por meio da academia de remo Tissot, falando sobre a participação no Campeonato Brasileiro Unificado, disputado na raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP). Foram sete medalhas conquistadas na competição por equipes e o 6° lugar na classificação geral.

“Mais de 30 clubes de todos Brasil participaram da competição mais importante da temporada, e mesmo com uma das menores equipes, oito atletas, conquistamos o 6° lugar na classificação geral. A gratidão é imensa a todos que fazem parte da nossa família e contribuem nesse processo duro, que não medem esforços para vencer as adversidades para fazer esporte de base no nosso projeto.”

Davi Perleberg Rubira, de 20 anos, ex-remador competitivo, é participante do projeto há quatro anos e membro da equipe técnica do Projeto Remar para o Futuro.

Ele esteve em São Paulo, ao mesmo tempo que as vítimas da tragédia, para outro evento. “Havia a possibilidade de voltar com eles de van, pois eu estava em São Paulo para um evento acadêmico”, contou ao Estadão o jovem, ainda abalado pela notícia.

O que é o Projeto Remar para o Futuro?

O projeto é uma parceria entre prefeitura de Pelotas, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o Clube Centro Português 1º de Dezembro, que ocorre desde 2015 no município. Até o ano passado, já havia emplacado 12 atletas nas categorias de base da seleção da modalidade.

“O projeto promove, ao longo do período, a fim de apresentá-lo a adolescentes de 13 a 15 anos de idade da rede municipal de ensino, palestras, mostra de materiais utilizados na prática do esporte e relatos de alunos participantes, com dois processos seletivos anuais, abrindo 15 vagas por semestre. Conta com equipe multidisciplinar, envolvendo profissionais de nutrição, fisioterapia, odontologia e educação física”, afirma a prefeitura da cidade gaúcha.

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