Curitiba /
DIA A DIA

Câmara se une em apoio a vereadoras de Curitiba após reportagem sobre vestidos delas

Na semana do ocorrido, as parlamentares reagiram imediatamente, denunciando o caso, e a Mesa Diretora exigiu e obteve a retirada da publicação ofensiva e a retratação do autor
Vereadora Laís Leão pede a aprovação da moção de protesto em plenário. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)
Na semana do ocorrido, as parlamentares reagiram imediatamente, denunciando o caso, e a Mesa Diretora exigiu e obteve a retirada da publicação ofensiva e a retratação do autor

Redação*

05/02/25
às
6:46

- Atualizado há 29 segundos

Compartilhe:

Para reafirmar o repúdio da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) à publicação do Blog do Tupan sobre os vestidos das vereadoras, na cerimônia de posse da 19ª legislatura, no dia 1º de janeiro, o plenário da CMC aprovou hoje (4) uma moção de protesto. Na semana do ocorrido, as parlamentares reagiram imediatamente, denunciando o caso, e a Mesa Diretora exigiu e obteve a retirada da publicação ofensiva e a retratação do autor.

“Faço um agradecimento especial às doze vereadoras desta Casa, a maior bancada feminina da história da Câmara de Curitiba, e a todos os vereadores que subscreveram esta moção. Obrigada pela coragem de não se calarem. Obrigada por compreenderem que esta não é uma luta só nossa, mas de toda a democracia”, iniciou Laís Leão (PDT), que protocolou a moção, assinada conjuntamente por 32 parlamentares do Legislativo.

Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui

“A matéria [no Blog do Tupan] atacou a dignidade das parlamentares desta Câmara, nos reduzindo a comentários sobre nossas vestimentas e aparência física, desconsiderando nossa trajetória e capacidade de atuação política. Esta moção, mais do que um protesto, é um marco. Vereadoras de nove partidos diferentes se uniram em um compromisso comum: machistas não passarão. Não haverá retrocessos. Independente de nossas diferenças políticas, há algo que nos une: somos mulheres e enfrentamos, todos os dias, violências que só nós sabemos”, afirmou Laís Leão.

“Em vez de sermos reconhecidas pela nossa competência, esse jornalista, de forma infeliz, veio falar do decote, da vestimenta das vereadoras. [O fato] já passou, mas temos que reforçar o protesto, para que não aconteça de novo, para que não se repita”, reforçou Indiara Barbosa (Novo). “Perdeu uma oportunidade de ficar de boca calada”, completou Sargento Tânia Guerreiro (Pode). Para a Delegada Tathiana Guzella (União), a publicação foi “injusta e indigna”, enquanto Meri Martins (Republicanos) descreveu como “má-fé” utilizar as fotos da cerimônia.

(Foto: CMC)


Escolhida para dirigir a Procuradoria da Mulher no biênio 2025-2026, a vereadora Carlise Kwiatkowski (PL) agradeceu o apoio institucional da Casa às vereadoras agredidas, na pessoa do presidente Tico Kuzma (PSD), que colocou a Câmara à disposição das parlamentares. “Foi um fato infeliz, bem no momento que estamos trabalhando com políticas públicas para valorizar a participação das mulheres”, pontuou. Para Andressa Bianchessi (União), jornalista por formação, apesar de ser “muito triste ter que pautar essa moção”, é importante “nos posicionarmos de forma coerente”. “Veículo de informação precisa ser sério”, asseverou a parlamentar.

Durante a sessão plenária, Olimpio Araujo Junior (PL) e Sidnei Toaldo (PRD) apoiaram a moção de protesto contra o Blog do Tupan, concordando que “alguns temas estão acima da polarização ideológica”. O Regimento Interno (RI) da CMC prevê dois tipos de moções, que podem ser usadas pelos vereadores para se posicionarem publicamente acerca de acontecimentos locais, nacionais ou internacionais. 

Existe a moção de apoio ou desagravo, por meio da qual a Câmara de Curitiba demonstra solidariedade, e há a moção de protesto, usada para marcar a contrariedade do Legislativo acerca de um tema, de uma instituição ou de uma pessoa, e que, em plenário é, por hábito, chamada de moção de repúdio (ainda que o termo não conste no RI). Em ambos os casos, são apenas proposições legislativas que afirmam o posicionamento do órgão e não podem ser confundidas com ações judiciais de nenhum tipo.

TÁ SABENDO?

DIA A DIA

© 2024 Nosso dia - Portal de Noticias