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Câmara de Curitiba quer iniciar construção da nova sede em 2027

Segundo o presidente da Câmara, vereador Tico Kuzma (PSD), o novo complexo “nasce como uma resposta da Câmara ao chamado da Prefeitura dentro do programa Curitiba de Volta ao Centro
Câmara de Curitiba está no atual endereço desde 1962. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Segundo o presidente da Câmara, vereador Tico Kuzma (PSD), o novo complexo “nasce como uma resposta da Câmara ao chamado da Prefeitura dentro do programa Curitiba de Volta ao Centro

Redação*

23/10/25
às
9:03

- Atualizado há 5 horas

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A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) apresentou oficialmente, nesta quarta-feira (22), o cronograma para a construção do Complexo da Nova Sede da CMC, uma iniciativa que visa modernizar as estruturas de trabalho parlamentar, ampliar o acesso da população e fortalecer a revitalização do Centro da cidade. A fase inicial, de definição do projeto do novo prédio, será viabilizada por meio de um concurso nacional de arquitetura, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-PR), em parceria com a CMC e com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

Segundo o presidente da Câmara, vereador Tico Kuzma (PSD), o novo complexo “nasce como uma resposta da Câmara ao chamado da Prefeitura dentro do programa Curitiba de Volta ao Centro, que tem como principal objetivo devolver o coração da cidade à população, tornando o Centro mais seguro, habitável, dinâmico e acolhedor”. Ele destacou que o projeto é uma oportunidade de “tornar a Câmara realmente uma casa aberta aos curitibanos, acessível em todos os aspectos, moderna e acolhedora, para que todos se sintam pertencentes”.

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Uma nova sede com função social e urbanística, projeta Kuzma

O Complexo da Nova Sede da CMC será erguido nas imediações da praça Eufrásio Correia, área central que integra o programa Curitiba de Volta ao Centro. O empreendimento pretende reunir, em um mesmo espaço, atividades legislativas, serviços públicos e áreas de convivência, promovendo o uso qualificado do espaço urbano e estimulando o comércio e o turismo da região. O Palácio Rio Branco e as outras edificações tombadas da área serão preservadas.

Kuzma afirmou que a nova estrutura “será integrada com a praça e com o entorno histórico, reforçando a presença da Câmara no Centro e contribuindo com a revitalização de toda a área”. Segundo ele, a proposta também deve aproximar o Legislativo da população: “Hoje, o plenário comporta apenas 26 pessoas nas galerias, e isso é simbólico da limitação que vivemos. A casa do povo precisa abrir as portas para o povo, de frente, como quem recebe uma visita em casa”.

O presidente lembrou que o projeto “não é apenas dos vereadores, mas também da sociedade”, mencionando que a ideia de um novo prédio foi uma das 100 propostas apresentadas no Sprint do Centro, durante o Smart City Expo Curitiba 2025. “Queremos que o novo plenário se torne um ponto histórico, como o Jardim Botânico e o Teatro Guaíra, um lugar onde as pessoas queiram vir, fotografar e participar”, disse.

“Uma oportunidade de reconectar a cidade com o seu Centro”

Durante o lançamento, a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Ana Zornig Jayme, destacou o caráter simbólico da iniciativa e seu potencial de transformação urbana. “Todos nós temos nossas memórias afetivas com o Centro da cidade. Todos temos o desejo de ver essa área novamente dinâmica, cheia de conexões e vitalidade”, afirmou.

Segundo a presidente do Ippuc, a construção da nova sede é “uma intervenção com potencial incrível de alavancar e incentivar que novas coisas comecem a acontecer”. Ana classificou o projeto como uma forma de acupuntura urbana, explicando que “a partir de uma intervenção pontual, como essa, é possível irradiar novas dinâmicas e novas centralidades na cidade”.

Para a urbanista, o processo deve ser visto como uma oportunidade de diálogo e colaboração: “Fazer essa nova sede não é apenas pensar em uma obra. É encarar um desafio coletivo de preservação do patrimônio, de criatividade e de construção de pertencimento. Essa é uma chance de reconectar Curitiba com o seu coração cívico, a partir de uma grande parceria entre Câmara, IAB e Ippuc”.

“O concurso é uma forma democrática de projetar o futuro”

O presidente do IAB-PR, Luiz Eduardo Bini Gomes da Silva, ressaltou que o concurso público de arquitetura é uma prática consagrada internacionalmente e um instrumento democrático para a escolha de projetos de interesse coletivo. “Essa modalidade é uma bandeira do IAB porque oferece a todos os arquitetos do Brasil a oportunidade de apresentar suas ideias e propor soluções para os espaços públicos”, afirmou.

Bini destacou que o concurso “segue recomendações da Unesco e da União Internacional dos Arquitetos, além das normas da legislação brasileira de licitações”, garantindo critérios técnicos de qualidade, funcionalidade, sustentabilidade e inovação. “É uma forma de assegurar que as grandes obras públicas resultem de processos transparentes e meritocráticos”, explicou.

Ele também lembrou a tradição curitibana na realização de concursos públicos de projeto: “A cidade tem um legado histórico de momentos em que a classe política e os arquitetos se uniram para viabilizar obras que tornaram Curitiba uma referência internacional em planejamento urbano. Que esse seja mais um desses marcos, em que o diálogo entre técnica e política se transforma em legado para a cidade”.

Beto Marcelino, sócio-fundador do iCities e realizador do Smart City Expo Curitiba, destacou a simbologia do projeto. “O novo complexo é um presente para uma cidade que sempre buscou evoluir. Quando falamos em cidades inteligentes, falamos em qualidade de vida. Esta é, de fato, a casa do povo, e nós, curitibanos, queremos estar mais próximos dela, participando da vida da cidade e exercendo o senso de pertencimento que faz de Curitiba uma referência internacional em urbanismo e inovação”.

Seleção técnica e premiação nacional

O convênio entre a Câmara e o Ippuc, que é o responsável pelo suporte técnico e urbanístico, é não-oneroso e serve para garantir apoio especializado na condução do processo. Já o contrato com o IAB-PR, para a organização e realização do concurso nacional de arquitetura, é de R$ 280,5 mil. A premiação total aos três primeiros colocados soma R$ 200 mil, que serão pagos pela Câmara, sendo R$ 80 mil para o primeiro lugar, R$ 70 mil para o segundo e R$ 50 mil ao terceiro.

“Queremos um prédio sustentável e inovador, que reflita a Curitiba do futuro”, afirmou Kuzma. “Ao decidir pela realização de um concurso nacional de arquitetura, a Câmara atende a um pedido antigo dos conselhos de arquitetura e engenharia, retomando uma tradição curitibana de grandes obras feitas a partir de concursos públicos”. A CMC estima gastar R$ 2,4 milhões com os projetos executivos, após a conclusão do concurso de arquitetura, que embasarão a licitação das obras do Complexo.

Ainda não há valor final definido para a construção, que dependerá das soluções arquitetônicas e de sustentabilidade propostas pelos concorrentes. Para viabilizar o investimento, a Câmara avalia três alternativas: uso de recursos próprios, parceria público-privada para exploração de espaços como auditórios e áreas culturais, ou financiamento específico.

Cronograma do concurso e das obras

A preparação do Concurso Nacional de Arquitetura da Nova Sede da Câmara de Curitiba começou com estudos técnicos elaborados em 2022, em parceria com o Ippuc. Em outubro e novembro de 2025, ocorrem as primeiras oficinas participativas, internas e externas, reunindo servidores, vereadores, vizinhança e cidadãos para levantar sugestões. Até dezembro de 2025, o Ippuc consolida as contribuições e define, junto ao IAB-PR e à CMC, o Conselho Consultivo e as diretrizes técnicas e urbanísticas do edital.

Em janeiro de 2026, são finalizadas as bases do concurso. O edital nacional é lançado em fevereiro de 2026, com o período de consultas técnicas e visitas monitoradas estendendo-se até março, quando os participantes entregam seus estudos preliminares. Em abril de 2026, o júri — composto por até cinco arquitetos de renome — realiza a análise e julgamento dos projetos. O resultado e a premiação são divulgados em maio, com posterior contratação do projeto vencedor e relatório técnico do Ippuc consolidando os resultados.

Entre maio e setembro de 2026, o arquiteto premiado elabora os projetos executivos e orçamentos. No último trimestre de 2026, ocorre a licitação da obra e a assinatura da ordem de serviço, junto com o plano de relocação das atividades da Câmara. A execução das obras está prevista para começar em 2027, com duração estimada de dois a três anos, até que Curitiba ganhe uma nova sede legislativa integrada, sustentável e aberta à população.

Transparência e participação

Todo o andamento do processo será divulgado em um hotsite especial no portal institucional da Câmara, onde estarão disponíveis documentos técnicos, atas, relatórios e o edital do concurso. “Queremos manter a maior transparência possível, para que todos acompanhem cada etapa e entendam que esta é uma obra para a cidade de Curitiba”, concluiu Kuzma. A cerimônia foi acompanhada pelo secretário municipal de Urbanismo, Almir Bonatto.

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