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Inovação e sustentabilidade são as marcas do Bonde Urbano Digital (BUD), tecnologia inédita na América do Sul para o transporte coletivo e que foi apresentado nesta quinta-feira (4) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. O sistema, que funciona por indução magnética, será testado para operar entre as cidades de Pinhais e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
“Fomos atrás de um veículo que pudesse ser sustentável, que é 100% elétrico e é movido a energia renovável, que ao mesmo tempo ampliasse a capacidade no transporte de passageiros e que pudesse ser moderno, a ponto de competir com o metrô e o VLT”, afirmou o governador. “A questão da sustentabilidade pesou na escolha das cidades. Piraquara tem boa parte de seu território em área de preservação ambiental e é uma área de manancial, responsável pelo abastecimento de água de várias cidades da RMC”.
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O veículo é fabricado pela empresa chinesa CRRC Corporation, e a tecnologia já é utilizada em países como a China, Austrália e México. “É uma inovação para a América do Sul e que traz esse olhar da sustentabilidade, área em que o Paraná é referência. A ideia era trazer algo que pudesse atender esse conceito sustentável, ao mesmo tempo que oferece eficiência à população”, salientou.
Ratinho Junior ressaltou que, se aprovado durante o período de testes, o BUD pode compor o sistema de transporte coletivo da RMC, somando-se, por exemplo, ao BRT, sistema que foi criado em Curitiba. A iniciativa é da Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep).
“Há muito tempo temos buscado soluções para levar qualidade de vida a quem utiliza o transporte público na RMC, que tem um dos maiores sistemas integrados de transporte do Brasil, com 29 cidades fazendo essa integração”, disse.
“O BRT, que foi inventado pela nossa Capital, é um sistema até hoje muito atual e moderno, mas é natural buscar novas soluções e tecnologias para modernizar o transporte público”, ressaltou o governador. “A ideia não é substituir nenhum modal, mas trazer outros tipos de modais que possam atender o cidadão da melhor maneira possível. Fomos buscar o que tem de mais moderno no mundo e que caiba no nosso bolso”.
ECONOMIA – A economia é outro diferencial do BUD, já que não há necessidade de grandes obras de infraestrutura para sua implantação, sendo até 30% mais barato do que um sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). Ele funciona a partir de marcações digitais e sensores de alta precisão sobre o asfalto, que determinam o caminho a ser seguido. Esse “trilho virtual” usa tecnologias como detecção ferroviária e controle coordenado de eixo, que garantem ao veículo seguir com exatidão uma rota pré-definida, mesmo em condições adversas como chuva, vibração e desgaste da pista.
A ideia é que, se aprovado no teste, o veículo seja incluído no sistema de transporte metropolitano, podendo também ser expandido a outras cidades do Paraná. “No período de testes, vamos poder avaliar a questão da manutenção, como o veículo se comporta no trânsito da cidade, ser a população aprova esse meio de transporte e, aí sim, poderemos dar amplitude a esse projeto com novos veículos, novas linhas, pensando junto com Curitiba essas soluções”, complementou o diretor-presidente da Amep, Gilson Santos.
O secretário estadual das Cidades, Guto Silva, salientou que o Paraná inova mais uma vez ao trazer esse sistema inédito para operar na RMC. “O Paraná é reconhecido como um dos estados mais inovadores e sustentáveis do Brasil, e um dos pioneirismos é justamente na adoção de modelos de transporte eficientes. Estamos investindo muitos recursos nas cidades, melhorando a qualidade de vida e promovendo novidades que podem colaborar com o desenvolvimento econômico”, afirmou.
*Com informações da AEN