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Pela primeira vez, o Brasil terá um diagnóstico completo sobre os prejuízos causados pela invasão de javalis à agropecuária nacional. Durante reunião do Grupo de Trabalho de Javali, coordenado pelo Sistema FAEP, o Ministério da Agricultura confirmou a realização de uma pesquisa inédita para mapear a presença e os impactos dessa espécie invasora em todo o território nacional.
O estudo, que começa em breve, visa acabar com os “achismos” que até agora pautaram as discussões sobre o problema. “Mesmo sendo um problema antigo, a ameaça que o javali representa ao nosso agronegócio se baseia em ‘achismos’. Esse levantamento é fundamental para um diagnóstico fiel”, afirmou o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
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A fiscal federal Juliane Galvani, do Mapa, reforçou a urgência da iniciativa: “Até o momento, não temos informações precisas de onde, quanto e como esse desafio está afetando o nosso país, e isso é grave”.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa será conduzida por meio de quatro questionários digitais direcionados a diferentes perfis de profissionais envolvidos na cadeia. As autoridades garantem que o foco será puramente de pesquisa, sem caráter fiscalizatório.
“Nosso maior objetivo é que, a partir da correlação das informações obtidas, possamos criar políticas públicas eficientes. A ideia é atingir o máximo de entrevistados para criar um panorama o mais compatível possível com a realidade”, explicou Juliane.
Cartilha orienta sobre riscos e controle
Paralelamente à pesquisa, o Sistema FAEP elaborou uma cartilha abrangente sobre os riscos causados pelos javalis. O material, de caráter orientativo, aborda desde o histórico do animal selvagem no Brasil até as normas para controle populacional por meio da caça – atividade autorizada pelo Ibama desde 2013 para esta espécie exótica.
A cartilha foi desenvolvida com a colaboração de múltiplas instituições, incluindo Mapa, Ibama, Adapar, Instituto Água e Terra, Associação Paranaense de Suinocultores, Sistema Ocepar e Exército Brasileiro.
Por que o javali preocupa?
Considerada uma das piores espécies invasoras do mundo, o javali não tem predadores naturais no Brasil e se reproduz de forma descontrolada. Os animais causam destruição de lavouras, transmitem doenças aos rebanhos comerciais, danificam a vegetação nativa e predam animais silvestres endêmicos.
A reunião do GT também contou com representantes da Adapar, Batalhão de Polícia Ambiental, Instituto Água e Terra e Ibama, demonstrando o caráter multinstitucional do esforço para conter esta ameaça ao agronegócio e ao meio ambiente.
*Com informações da Catve.com.