- Atualizado há 1 mês
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou nesta quarta-feira, 16, quatro casos do fungo Candida auris no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Por ser resistente a medicamentos, a espécie é chamada de “superfungo” e pode ser fatal.
No momento, dois dos pacientes confirmados já tiveram alta e os outros dois seguem internados. O estado de saúde deles não foi divulgado.
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Outros 24 casos suspeitos aguardam o resultado dos exames, em análise no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Fundação Ezequiel Dias (Funed).
A secretaria ressalta que o fungo tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele. “Assim, é de fundamental importância a prevenção de contato com casos suspeitos, sendo que esses leitos são mantidos isolados”, diz o comunicado à imprensa.
O órgão reforça ainda que o hospital está “seguindo os protocolos de segurança sanitária em ambiente hospitalar”, incluindo medidas de controle e manejo necessárias para a proteção dos demais pacientes e dos profissionais da unidade.
Casos de Candida auris
De acordo com o Ministério da Saúde, o Candida auris é um fungo emergente – ele foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão – e representa uma grave ameaça à saúde global. Segundo agências de saúde como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, do governo dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a taxa de mortalidade dos infectados chega a 60% (possivelmente pelo fungo contaminar justamente pacientes hospitalizados, que já estão com a saúde fragilizada).
“Algumas cepas de C. auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas) e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que a C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae”, explica o ministério.
A primeira infecção pelo superfungo no Brasil foi identificada em Salvador, em 2020. Na época, a suspeita foi de que a superlotação dos centros de saúde na pandemia de covid-19 teria facilitado a propagação do fungo.
Em Minas Gerais, o primeiro caso ocorreu em 2021. Desde então, segundo a SES-MG, foram descartados 129 casos no Estado.