O transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba está prestes a ganhar um reforço inédito. Em até 30 dias, começa a circular o Bonde Urbano Digital (BUD), veículo de tecnologia chinesa que liga inovação e sustentabilidade, sem a necessidade de trilhos físicos. A primeira linha vai atender o trecho entre Pinhais e Piraquara, com cerca de 13 quilômetros de extensão.

Diferente dos VLTs e BRTs, o BUD não precisa de trilhos. Ele roda sobre pneus de borracha no asfalto, mas é guiado por um “trilho virtual”: marcações digitais no chão, sensores de alta precisão e sistemas de rastreamento que definem o trajeto e garantem a segurança. O veículo de 30 metros tem capacidade para 280 passageiros, ar-condicionado, operação nos dois sentidos e pode chegar a 70 km/h.

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Outro destaque é a tecnologia de recarga. O bonde é movido por baterias de lítio que podem ser carregadas rapidamente nas estações — em apenas 30 segundos, o suficiente para percorrer até 5 quilômetros. À noite, recebe carga completa nas garagens, o que garante autonomia para operar durante o dia.

Neste momento, o BUD funcionará em um projeto piloto. “Vai estar disponível em 30 dias e ver a manutenção, se vai ser bom para ela, e ai sim buscar dar amplitude a esse projeto com novos veículos e novas linhas. Não queremos substituir modal, mas complementar. Funciona por uma guia magnética, um trilho digital”, explicou o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior.

O investimento é coordenado pela Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) e coloca o Estado como o primeiro da América do Sul a adotar oficialmente o sistema. O modelo foi desenvolvido pela empresa chinesa CRRC Corporation e já opera em cidades como Monterrey, no México.

Com passagem no mesmo valor do transporte metropolitano (R$ 5,50), o Bonde Urbano Digital deve atender cerca de 10 mil pessoas por dia no eixo Pinhais–Piraquara. Além de menor custo de implantação em comparação com os VLTs, o veículo tem vida útil estimada em 30 anos, o dobro de um ônibus biarticulado.