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Bombeiro perde grande amigo com morte de cão herói no PR: ‘Era um filho de 4 patas’

Cachorro de buscas e resgate encontrava vítimas desaparecidas e ajudou militares nas enchentes do RS
Foto: Reprodução | Arquivo Pessoal
Cachorro de buscas e resgate encontrava vítimas desaparecidas e ajudou militares nas enchentes do RS

Redação Nosso Dia

11/04/25
às
7:20

- Atualizado há 1 semana

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A amizade genuína é um dos elos mais puros dentre todos os outros relacionamentos que os seres humanos são capazes de selar, experimentar e viver — intensamente. Entre pessoas, a conexão pode ser imediata ou, então, lenta e gradual.

É um vínculo que exige, mais do que responsabilidade afetiva, a habilidade em ter cuidado e saber cultivar momentos inesquecíveis. Mas existem amizades incondicionais, uma vez que superam as barreiras entre as espécies. As informações são da Catve.com.

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Quem tem um animal de estimação, entende essa ideia. O cabo Alves, do Corpo de Bombeiros de Londrina (PR), sabe muito bem disso. Ele desenvolveu, ao longo dos últimos anos, uma amizade intimista e envolvente com o cão Acauã.

Especialista em cães de busca e resgate, o militar contava com a ajuda de Acauã para dar aulas gratuitas aos tutores em lugares públicos da cidade. Companheiros de viagens inseparáveis, viveram inúmeras aventuras.

O animal era doador de sangue e uma de suas principais peculiaridades era que adorava “dar rolês de viatura”. O animal, um herói da vida real, certo dia encontrou em operação uma senhora com Alzheimer.

Ele também localizou, enterrado em uma área de mata, o corpo da jovem Camila Florindo D’Ávila, desaparecida em 8 de outubro de 2024. Sequestrada por um grupo de homens em Araquari (SC), ela foi achada morta em janeiro de 2025, três meses após o crime.

Fez buscas aquáticas para encontrar três pessoas afogadas no Rio Paranapanema. Achou uma criança perdida, de cinco anos, em Mariópolis. Em 2023 e 2024, viajou em missão ao Rio Grande do Sul para auxiliar o militar durante as enchentes que devastaram os municípios gaúchos.

“Para mim, era como um filho de quatro patas. Ele morava comigo, trabalhava comigo. Fazia várias coisas junto comigo. Nós íamos para outras aventuras; íamos para cachoeiras juntos”, afirma o bombeiro.

Em 25 de março, ainda por motivos desconhecidos, Acauã sofreu mal súbito após um treinamento. O animal foi levado ao veterinário, sofreu três paradas cardíacas e não resistiu.

A morte, no entanto, jamais poderá apagar a história de Alves com Acauã. “Nós falamos que, nós que trabalhamos com cães, somos binômios — que seria cão e homem no mesmo corpo. Nas buscas, o faro dele era os meus olhos; a audição dele era a minha audição”, detalha a relação entre os dois.

“Vai ser difícil substituir ele na minha vida”, acrescenta o militar. Acauã foi o primeiro cão a ser treinado por Alves, por isso, para o bombeiro, a perda tem um apelo sentimental ainda mais impactante.

Acauã percorreu, em cortejo fúnebre, as ruas de Londrina sobre um caminhão do Corpo de Bombeiros na tarde de sexta-feira (28). Bombeiros, autoridades e moradores prestaram as últimas homenagens ao cão herói.

“Nenhum cachorro recebeu uma homenagem assim — de tão bonito que foi. Eu só tinha visto em filme assim. Então, eu agradeço de coração a todos que fizeram acontecer essa homenagem”, conclui o militar ainda triste com a perda do grande amigo.

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