Uma grande operação das forças de segurança foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (9) para desarticular uma organização criminosa que controlava o tráfico de drogas e mantinha um sistema de vigilância ilegal na região da Vila Nova, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. O grupo chegou a instalar câmeras clandestinas em vias públicas para monitorar a movimentação da polícia, um esquema que ficou conhecido como o “Big Brother do Boqueirão”.

A ação é coordenada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), com o apoio das polícias Militar (PMPR) e Penal (PPPR), além da Guarda Municipal e da Copel, responsável por remover os equipamentos irregulares ligados clandestinamente à rede elétrica.

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Ao todo, foram cumpridos 43 mandados judiciais, sendo 28 de busca e apreensão e 25 prisões preventivas. Além disso, 10 pessoas foram presas em flagrante por crimes como tráfico de drogas. O foco é prender os líderes da facção e apreender armas, drogas e sistemas de monitoramento usados para acompanhar operações policiais e dificultar ações na área.

Segundo o delegado Nasser Salmen, responsável pela investigação, o grupo havia se reorganizado após operações anteriores e mantinha uma estrutura armada, com pontos de tráfico e vigilância distribuídos pela região.

“Verificamos que esse grupo se reestruturou após ações policiais anteriores. O bairro possui um histórico de confrontos violentos e uma infraestrutura clandestina de vigilância, alimentada por ligações irregulares na rede elétrica”, explicou o delegado.

As investigações mapearam os principais pontos de atuação da quadrilha e identificaram os líderes, considerados de alta periculosidade. Além de desarticular a facção, a operação busca garantir mais segurança aos moradores da Vila Nova, que convivem há anos com a presença do crime organizado.

Nos últimos meses, a região já havia sido alvo de outras ações conjuntas das forças de segurança. Em julho, dez pessoas foram presas na Vila Nova, e câmeras de monitoramento e drogas foram apreendidas. Pouco depois, uma nova operação prendeu mais 20 suspeitos na Vila Pantanal, também no Boqueirão.

As investigações seguem em andamento para identificar outros integrantes e possíveis conexões da organização criminosa em Curitiba e na Região Metropolitana.