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A testemunha que estava dentro do banheiro junto com o vendedor Antônio Carlos Antunes, 51 anos, ferido e morto por um policial civil dentro do BarBaran, no Centro de Curitiba, afirma não ter ouvido discussão entre eles. Em depoimento à polícia, a testemunha afirma não ter escutado nada relevante que pudesse ocasionar uma discussão. Ele é visto entrando no banheiro, segundos antes do policial, e saindo minutos após o disparo, conforme apontou o Portal Nosso Dia ao divulgar imagens. O caso aconteceu na sexta-feira (26) e Antunes chegou a ser socorrido com vida, mas acabou não resistindo aos ferimentos e teve a morte confirmada nesta segunda-feira (1º).
De acordo com a testemunha, que tem 52 anos, o banheiro é pequeno e estava vazio, quando ele entrou. “Eu entrei e passei pela pia, pelos mictórios e entrei em um dos box da direita, fechei a porta e comecei a urinar. Logo depois, eu escutei uma briga, uma briga corporal entre dois homens. Não consegui ver porque estava de costas e dentro do box. Pelo barulho, eram dois homens fortes, uns 30 ou 40 segundos de briga e daí eu já escutei o disparo”, detalhou ao delegado, o mesmo que ouviu o policial civil e decidiu liberá-lo pela justificativa de que agiu em legítima defesa.
O relato da testemunha segue e ele conta que ficou um ‘completo silêncio’ dentro do banheiro, após o disparo. “(…) um silêncio absurdo, um completo silêncio. Depois, alguém entrou no banheiro pra ver o que tinha acontecido. Nisso, quando eu vi que estava tudo em silêncio, eu abri a porta do box, olhei e não tinha mais briga nenhuma e havia uma pessoa no chão e outra em cima tentando fazer ali os primeiros socorros. Eu passei por ali, voltei para o bar e fui embora porque os policiais começaram a chegar e pediram para que fossemos embora”, disse.
O delegado questiona se ele realmente não teria ouvido algo, alguma palavra dita por um dos dois, mas a testemunha não se recorda. “Se eles discutiram, eu não reparei, eu não prestei atenção. O bar é bem barulhento e eu estava bem descontraído”, contou.
À polícia, o homem afirmou não conhecer nenhum dos dois – nem o policial e nem a vítima. Ele disse ainda que frequenta o BarBaran há anos e nunca tinha visto algo parecido.
A confusão dentro do banheiro entre o cliente e o policial civil durou 52 segundos. Em um dos vídeos que o Portal Nosso Dia teve acesso, a vítima e o policial permaneceram juntos no banheiro por exatos 52 segundos, antes do disparo.
O policial civil Marcelo Mariano Pereira, 36 anos, responsável pelo disparo que matou Antunes dentro do BarBaran afirmou em depoimento que se identificou como agente antes de atirar e que foi agredido pela vítima. Ele está lotado na Delegacia do Alto Maracanã.
Pereira disse em depoimento que estava há cerca de 40 minutos no bar acompanhado de amigos e que “havia tomado apenas um ou dois copos de cerveja” antes da confusão. Segundo o relato do agente, a situação aconteceu no banheiro do estabelecimento, que possui duas cabines. Ele conta que, ao sair do local, o homem estava no mictório e começou a xingá-lo por ter tirado um copo que estava na pia.
“Ele começou a me agredir pelas costas. Ele fechou a saída e, nisso, eu tentava sair. Tomei um soco que me atordoou até e, nesse momento, temi pela minha vida. Falei ‘polícia, polícia’ e tentei pegar a arma e, nisso, ele pegou no meu braço. Daí eu puxei para trás e aconteceu o disparo”, relatou o policial. (assista ao depoimento do policial)