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Avanço do Bairro Novo da Caximba movimenta a economia com empregos e comércio aquecido

O aquecimento das vendas nas olarias e cerâmicas locais é um exemplo
Trabalhadores contratados do Bairro Novo da Caximba e comerciantes comemoram mudança de vida e aumento nas vendas. Curitiba, 21/07/2025. Foto: Valquir Kiu Aureliano/SECOM
O aquecimento das vendas nas olarias e cerâmicas locais é um exemplo

Redação*

23/07/25
às
9:07

- Atualizado há 7 horas

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A construção do Bairro Novo da Caximba é uma iniciativa da Prefeitura de Curitiba que une inovação urbana, sustentabilidade ambiental, moradia digna e estímulo à economia local. O maior projeto socioambiental da história de Curitiba, o Projeto de Gestão de Risco Climático (PGRC), está criando o bairro inteligente e ao mesmo tempo impulsionando a economia da região sul da cidade. O aquecimento das vendas nas olarias e cerâmicas locais é um exemplo.

Apenas para a construção das 1.211 moradias destinadas a dar um futuro com segurança e qualidade de vida às famílias da Vila 29 de Outubro estão sendo usados cerca de 2 milhões de tijolos. O dado por si só já impressiona, mas o impacto é ainda maior. Isso porque boa parte desse material – além de areia, brita e outros componentes – está sendo adquirida pelas empresas executoras das obras junto a olarias e comércios da própria Caximba e de regiões próximas, que são reconhecidas pelo histórico na produção de materiais cerâmicos.

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Essa movimentação aquece a economia local, fortalece pequenos negócios e contribui para a geração de empregos diretos e indiretos.

“É um ciclo positivo sobre muitos aspectos. A Prefeitura investe em habitação digna e, ao mesmo tempo, ajuda a aquecer a economia da região. As empresas contratadas estão priorizando fornecedores locais, o que valoriza ainda mais esse grande projeto criado para interromper o processo de degradação ambiental e promover a transformação urbana e humana da Caximba”, afirma o prefeito Eduardo Pimentel.

Desenvolvimento local

A produção das moradias está em diferentes etapas, com 232 já concluídas e entregues aos moradores. Além daqueles que já iniciaram uma nova etapa de vida nos novos lares, há outra importante parcela de pessoas como empresários, comerciantes e trabalhadores que também já comemoram os resultados do projeto porque são beneficiados com o aquecimento da economia e o desenvolvimento local.

Trabalhadores contratados do Bairro Novo da Caximba e comerciantes comemoram mudança de vida e aumento nas vendas. Curitiba, 21/07/2025. Foto: Valquir Kiu Aureliano/SECOM

Tadeu Pilato, diretor da Cosmos Indústria de Tijolos, instalada no Campo de Santana, confirma o aumento nas vendas.

“A procura por tijolo, areia, brita e seus derivados cresceu cerca de 30% somente pela demanda da BRX, uma das empresas que executa obras no grande empreendimento. Com o aumento das vendas, aumentamos nossa produção, fizemos a aquisição de maquinários novos e a contratação de mais colaboradores”, contou Pilato.

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Tadeu Pilato diz que procura por tijolo, areia, brita e seus derivados cresceu cerca de 30%.

Os novos contratados da Cosmos, destacou o empresário, são pessoas que moram na região. Assim como a olaria, o negócio também é vantajoso para a empreiteira que consegue boa margem de negociação e rapidez no fornecimento dos produtos.

“A proximidade com o local de produção – que facilita e agiliza a entrega dos materiais na obra -, associada às boas negociações de preços, além da qualidade, está entre os fatores que nos levam a negociar com as indústrias ceramistas locais”, conta Gabriel Serbena, engenheiro responsável pela BRX Construtora e Incorporadora Ltda.

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Gabriel Serbena explica escolha por fornecedores da região.

Obras de urbanização

A partir do projeto, 1.757 famílias serão diretamente beneficiadas pela intervenção. Um grupo de 1.211 que vivem em áreas insalubres, em vulnerabilidade, vão receber novas moradias. Outras 546, que estão fora das áreas de risco, terão acesso à regularização fundiária e obras de urbanização.

As casas têm 50 m², com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, lavanderia e acesso individual à rua. O projeto adota padrões modernos de construção e prioriza práticas sustentáveis. Para melhor aproveitamento dos terrenos e infraestrutura, as unidades habitacionais são organizadas em conjuntos sobrepostos. Junto com as moradias – que já estão sendo entregues em lotes para a população – chegam obras de infraestrutura.

Sustentabilidade e renda

Além da compra direta de insumos, a execução das obras tem gerado empregos para moradores da região. Pedreiros, ajudantes e operadores de máquinas foram contratados por empresas que atuam no projeto. São mais de cem trabalhadores atuando nos canteiros de obras que ficam próximos de suas casas.

“É gratificante ver pessoas da própria comunidade trabalhando na construção do novo bairro sustentável, com carteira assinada, ajudando a erguer as casas onde outros vizinhos vão morar com dignidade”, diz o secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur.

De acordo com Cleber Lima Ribeiro, assistente de RH da Sial, uma das empresas responsáveis pela execução de parte das obras, quase a metade dos trabalhadores (45%) envolvidos atualmente nas frentes de serviço são da região, moradores dos bairros Caximba, Tatuquara e Campo de Santana. O processo de contratação de mão de obra local é mediado pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) a partir do Escritório Local da Caximba (ELO), com destaque para funções como a de servente — muitas vezes porta de entrada para outras como pedreiro, carpinteiro ou outras posições.

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O assistente de RH Cleber Lima Ribeiro entre trabalhadores contratados na região.

Um exemplo é Jhonatan Cesar Soczek, estudante de Engenharia, morador de Araucária, na divisa com a Caximba, e que começou na obra como servente e hoje atua como assistente de engenharia. “Entrei no início da obra, ainda na fase de fundação e fui evoluindo. Poder trabalhar perto de casa e no dia a dia, podendo ver a melhoria na vida das pessoas, é muito interessante”, conta Soczek.

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Jhonatan Cesar Soczek começou na obra como servente e hoje atua como assistente de engenharia.

Contratar moradores da própria região, ressalta Ribeiro, reduz atrasos e faltas, facilita a logística dos trabalhadores e ainda permite que eles fiquem mais próximos da família. “Isso sem contar o impacto positivo na economia local, que vai desde o aumento nas vendas do comércio até a valorização dos fornecedores de serviços, como os de alimentação. É uma cadeia de benefícios que fortalece o projeto como um todo e ainda deixa um legado de capacitação para o setor da construção civil”, afirma Ribeiro.

Construindo a própria casa

Antônio Machula tem 20 anos de prática em carpintaria. Morador da Caximba, encontrou na obra o retorno ao trabalho com carteira assinada após quatro meses de desemprego. A oportunidade de trabalho perto de casa é motivo de alegria. “Trabalho no que eu gosto, perto de casa, então não perco tempo no transporte, pelo contrário, ganho esse tempo para mim e ainda me sinto feliz porque estou ajudando a melhorar o bairro”, disse Machula.

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Antônio Machula: retorno ao trabalho com carteira assinada após quatro meses de desemprego.

Entre os trabalhadores que atuam nas obras do novo bairro há moradores reassentados da Vila 29 de Outubro. É o caso de José Antônio Michelichen, que era jardineiro e estava desempregado quando foi contratado como pedreiro para erguer as moradias dos primeiros lotes. Uma dessas casas, localizada na Rua Irmã Antônia Farani, agora é o seu novo lar.

José foi um dos primeiros moradores da antiga vila a ser reassentado pelo projeto. Ele conta, com orgulho, que só levou móveis novos para a casa — tudo comprado com o salário economizado, já que agora não precisa gastar com transporte e pode fazer todas as refeições em casa.

“Pra mim tá muito bom, tô perto da obra, perto do meu serviço, é maravilhoso. Vou almoçar em casa, qualidade de vida. Agora tenho casa digna, endereço certinho e carteira assinada”, comemora. 

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José Antônio Michelichen levou só móveis novos para a casa, comprados com o salário economizado.

Carlos André Alves da Silva também deixou a Vila 29 de Outubro para trás. Ele ajudou a construir, tijolo por tijolo, a casa onde hoje mora com a esposa e a enteada, na Rua Francisco Pereira. Além da nova moradia, a família agora conta com toda a infraestrutura que antes não existia.

“Eu estava desempregado há uns dois anos. Foi uma oportunidade boa. Trabalhar perto anima mais, tanto no frio quanto no calor, pra levantar cedo. E os vizinhos agora olham a gente de outro jeito, com mais respeito. Mudou muita coisa na minha vida, porque aqui tem asfalto, água e energia”, relata.

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Carlos André Alves da Silva ajudou a construir a casa onde mora e continua trabalhando na obra.

Bairro estruturado 

O projeto está transformando uma área marcada por alagamentos em um novo bairro, com infraestrutura completa, moradias seguras, áreas verdes e equipamentos públicos. A proposta integra inclusão social, desenvolvimento urbano e ações para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

Além das casas, o projeto contempla ruas pavimentadas, drenagem, áreas verdes, redes de água e esgoto, iluminação pública e espaços de convivência, construindo um bairro inteligente, resiliente e com qualidade de vida para os moradores.

“O novo bairro nasce como resposta concreta aos efeitos das mudanças climáticas e às desigualdades urbanas, com soluções que respeitam o meio ambiente e valorizam as pessoas”, completa Luiz Fernando Jamur, secretário municipal de Obras Públicas.

Um dos pilares do projeto é realocar as famílias para uma área próxima a que já ocupavam, o que garante a manutenção de vínculos sociais importantes com escolas, comércio, postos de saúde e a própria vizinhança. Esse cuidado aumenta a adesão ao projeto e fortalece o sentimento de pertencimento.

As obras do Projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo da Caximba têm o financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). O trabalho é coordenado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), com apoio da Unidade Técnico Administrativa de Gerenciamento (Utag), na área ambiental e de obras, e da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), na área social.

*Com informações da Prefeitura de Curitiba

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