- Atualizado há 3 meses
A contratação de um auditor para apurar desvios na empresa foi a motivação para o sequestro do empresário que aconteceu na semana passada, em Curitiba. A informação foi passada pelo advogado Jeffrey Chiquini, que é o responsável pela defesa da vítima. O homem, de 58 anos, foi resgatado com vida pela Polícia Civil do Paraná em Santa Catarina, na última quarta-feira (18).
Ainda conforme o advogado, o auditor contratado foi vítima de uma tentativa de homicídio quando chegava de motocicleta na empresa, no bairro Jardim Botânico. Ele foi baleado duas vezes e foi socorrido ao Hospital do Trabalhador, onde se recuperou. Após isso, o empresário contratou outro auditor para concluir o serviço.
Conforme Chiquini, além da gerente comercial Liziane da Silva Ferreira, de 38 anos, que chegou a ser presa, há a participação de outros funcionários da empresa.
“Temos a informação de pelo menos quatro colaboradores envolvidos e também a gerente financeira, que sabia do valor em conta e avisou aos bandidos quando o empresário saiu do trabalho. Os desvios aconteciam há mais de três anos e empresário contratou um auditor. Tentaram matar o auditor e depois armam o sequestro com a finalidade de matar o empresário”, afirmou.
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Conforme o advogado, um dos sequestradores chegou a falar para o empresário que ele morreria porque contratou um auditor. “O sequestrador afirmou que ele iria morrer por isso. A nossa missão agora é linkar os dois casos. A tentativa de homicídio e o sequestro do empresário. Tudo começa quando ele contrata o auditor”, enfatizou.
Sobre as afirmações de Chiquini, o advogado Igor Ogar, que representa as gerentes comercial e financeira, afirmou que não há provas da participação delas no sequestro.
“Não há provas da participação das mesmas que possam sustentar esta acusação, também informa que estão à disposição da justiça para qualquer feito, sendo que por ora sequer existe denúncia formal em relação a qualquer processo“, diz a nota.
O empresário, de 58 anos, foi localizado na tarde de quarta-feira (18) no município de Monte Castelo, em Santa Catarina. A ação criminosa teve início no dia anterior no bairro Jardim Botânico, em Curitiba. A vítima foi abordada em um acidente de trânsito levada em seu próprio veículo. Os bandidos, que monitoravam o empresário há 14 dias, tentaram realizar uma transferência bancária de mais de R$ 3 milhões.
“A situação foi notada por um popular, que desconfiou e informou a polícia sobre um possível roubo. As investigações tiveram início pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, que iniciou diligências para identificar a vítima e o veículo que teria sido levado”, afirma o delegado da PCPR Fernando Zamoner.
Ainda durante a noite, os policiais localizaram o carro da vítima queimado, no bairro Boqueirão. O veículo utilizado pelos criminosos também foi encontrado em outro ponto da cidade.
Segundo o delegado da PCPR Thiago Teixeira, na manhã de quarta-feira, a equipe de investigação apurou que a vítima havia entrado em contato com sua instituição bancária.
“Os contatos foram feitos com o objetivo de realizar uma transferência de alto valor (R$ 3 milhões), o que indicou se tratar de uma situação de extorsão mediante sequestro. Por isso, o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial da PCPR foi acionado para atuar no caso”, conta.
Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a vítima foi localizada em poder dos autores no início da tarde. Ela estava em um veículo que foi interceptado em uma rodovia federal que passa pelo território catarinense. O homem foi resgatado em condições físicas íntegras e as transferências bancárias não chegaram a se concretizar. Ele foi trazido de volta a Curitiba.