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Audiência do Caso Henry tem novo bate-boca: “Me sinto afrontada”, diz juíza

A juíza solicitou que apenas aquele que estivesse explanando poderia ficar em pé, mas os demais insistiram que tinham prerrogativa legal para fazer o mesmo e se negaram a sentar.
A juíza solicitou que apenas aquele que estivesse explanando poderia ficar em pé, mas os demais insistiram que tinham prerrogativa legal para fazer o mesmo e se negaram a sentar.

Redação Nosso Dia com Estadão

13/06/22
às
15:24

- Atualizado há 3 anos

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A audiência do Dr Jairinho, acusado pela morte do menino Henry Borel, teve um novo episódio de bate-boca, na manhã desta segunda-feira (13), entre a defesa do médico e a juíza Elizabeth Louro, do II Tribunal do Júri. O início da audiência estava marcada para começar às 9h30, mas Jairinho começou a ser ouvido duas horas depois, por conta da discussão.

A juíza Elizabeth pediu que os advogados ficassem sentados e eles afirmaram que ela estava cerceando o direito dos advogados de se mexerem pelo plenário. Além do advogado Cláudio Dalledone, outros sete estavam presentes: todos da defesa de Jairinho.

A juíza solicitou que apenas aquele que estivesse explanando poderia ficar em pé, mas os demais insistiram que tinham prerrogativa legal para fazer o mesmo e se negaram a sentar. A discussão perdurou por mais de 20 minutos (assista trecho abaixo).

Audiência de instrução do 2º Tribunal do Júri do Rio. Imagens: Reprodução

Essa não é a primeira vez que eles discutem. No último dia 1º, a defesa do acusado e a juíza também protagonizaram discussões, todas transmitidas ao vivo.

Nega acusações

Dr. Jairinho negou com veemência qualquer agressão contra o menino durante audiência. “Eu sou inocente. Eu não fiz isso”, disse em mais de uma ocasião durante a primeira parte do depoimento, que até a parada para o almoço já durava cerca de 1h30. “Em dois períodos em que me acusam de agredir, de torturar o Henry, ele estava passando por tratamento com uma psicóloga infantil. Ela é especializada nisso, saberia se tivessem as agressões”, defendeu-se.

Durante sua fala, Jairinho discorreu sobre sua vida pessoal e convívio com a família. Ele disse que ao longo de sua vida sempre acolheu crianças em casa, inclusive menores do que Henry. “Eu, definitivamente, juro por Deus que nunca encostei em uma criança na minha vida”, sustentou.

Por mais de uma vez, ele insistiu que o delegado Henrique Damasceno, que conduziu o inquérito que o indiciou pela morte de Henry, se negou a ouvir testemunhas indicadas por ele – e que, segundo Jairinho, serviriam para mostrar seus cuidados com crianças.

O ex-vereador declarou que possuía “ciúmes mútuos” de Monique Medeiros, mãe de Henry, também acusada pelo crime. Apesar disso, Jairinho garantiu que a relação entre eles era muito positiva. “Todos os meus momentos com a Monique foram muito felizes. Não tenho nada a falar sobre ela, como mãe e como mulher”

Adiamento

Antes da audiência desta segunda, o advogado Cristiano Medina da Rocha, que atua como assistente de acusação, afirmou que a defesa tenta adiar ao máximo uma decisão da Justiça como forma de garantir “presença na mídia”.

“O conjunto probatório já foi todo produzido. Os requerimentos da defesa são meramente protelatórios, não há necessidade alguma da oitiva dessas novas testemunhas”, disse Medina. “Tenho plena convicção de que as provas estão totalmente uníssonas no sentido de apontar que o Jairo é, realmente, um assassino frio e calculista.”

De fato, os defensores de Jairinho tentaram adiar novamente o depoimento por meio de uma liminar, que foi negada pelo Tribunal de Justiça. Com isso, o advogado Cláudio Dalledone afirma ter ingressado com um pedido de habeas corpus, que será julgado pela 7ª Câmara Criminal.

Além dos requerimentos para adiar o depoimento, sob argumento de “cerceamento da defesa”, Dr. Jairinho também decidiu destituir parte de seus advogados no fim de semana.

Esta foi a quinta audiência de instrução e julgamento do caso – a primeira com depoimento dos réus. As outras três aconteceram em outubro e novembro do ano passado.

A audiência de instrução serve para avaliar se Monique e Jairinho cometeram algum crime intencional contra a vida. Caso a juíza considere, os dois deverão ir a júri popular.

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