- Atualizado há 14 segundos
Durante o Grande Expediente desta terça-feira (21), vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) manifestaram apoio à nova ação da Prefeitura que busca conscientizar a população sobre o uso adequado de atestados médicos. A iniciativa, chamada “Atestado Responsável”, foi lançada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-PR). Segundo os dados da Prefeitura de Curitiba, muitos pacientes comparecem às segunda-feiras nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e fazem pressão nos médicos por atestados.
O tema foi levado ao plenário pelo vereador Tico Kuzma (PSD), que destacou a importância da medida para reduzir abusos e dar respaldo aos profissionais da saúde. “O atestado é um ato médico, técnico, que deve ser emitido com base em critérios clínicos e não sob pressão”, afirmou. Segundo ele, a campanha tem caráter educativo e protege tanto os pacientes quanto os médicos. “A ação educa a população, protege o profissional e racionaliza o uso dos recursos públicos. É uma iniciativa que precisa do apoio de todos nós”, completou.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
Kuzma apresentou dados da Secretaria Municipal da Saúde para ilustrar o impacto do problema. Entre janeiro e setembro de 2025, as UPAs municipais emitiram mais de 915 mil atestados médicos, sendo 114 mil apenas nas segundas-feiras, número mais do que o dobro do registrado aos domingos. “Essa diferença mostra que há uma cultura equivocada de buscar o serviço de urgência apenas para obter um atestado. Essa prática precisa mudar”, alertou o vereador, pedindo que a Câmara ajude a divulgar a campanha nas redes e nos territórios de atuação parlamentar.
A vereadora Delegada Tathiana Guzella (União) reforçou o diagnóstico apresentado. “Durante visitas às unidades de saúde, percebi o quanto os servidores são pressionados. Há casos de pacientes que chegam agressivos, exigindo o atestado, e tiram a vaga de quem realmente está passando mal”, relatou. Para ela, a medida “vai desafogar o sistema e deixar o serviço público para quem realmente precisa”.
Outros vereadores também se somaram ao reconhecimento da ação. Serginho do Posto (PSD) destacou o efeito econômico positivo da medida: “Quem paga por esse mau uso do sistema é o empregador, o comerciante, o empresário que arca com a ausência indevida. Toda a sociedade é prejudicada no final.” Já a vereadora Carlise Kwiatkowski (PL) parabenizou a gestão municipal pela sensibilidade ao tema e lembrou que a proposta surgiu após questionamentos feitos à secretária Tatiane Filipak em audiência pública anterior.
Ao encerrar sua fala, Tico Kuzma agradeceu o apoio dos colegas e defendeu a ampliação da iniciativa para outras cidades. “Essa é uma campanha que estimula o uso responsável dos serviços públicos e fortalece a confiança entre médicos e pacientes. Que sirva de exemplo para todo o Paraná”, afirmou.