
- Atualizado há 2 meses
A vida de milhares de catadores de recicláveis do Paraná pode mudar com a aprovação, nesta segunda-feira (15), de um projeto de lei que garante prioridade às cooperativas no recebimento de resíduos sólidos produzidos por grandes empresas. A proposta, de autoria da deputada estadual Ana Júlia (PT), altera a Lei nº 20.607/2021 e obriga shoppings, supermercados, indústrias e outros grandes geradores a destinar seus materiais recicláveis a organizações de catadores legalmente constituídas nos municípios.
Na prática, isso significa mais renda e estabilidade para quem vive da coleta e separação de recicláveis. Hoje, muitas vezes, grandes volumes de resíduos vão parar nas mãos de atravessadores, que compram os materiais por valores abaixo do mercado, reduzindo o ganho das cooperativas. Com a nova regra, esses materiais deverão ser entregues diretamente às associações, fortalecendo a economia local e garantindo melhores condições de trabalho.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
Para a deputada Ana Júlia, a medida vai além do aspecto econômico. “Os catadores são protagonistas da reciclagem no Brasil. Esse projeto garante mais dignidade, inclusão social e reconhece a importância ambiental do trabalho deles. Cada tonelada reciclada representa menos lixo nos aterros e mais preservação para as futuras gerações”, afirmou.
Ao Nosso Dia, a deputada comemorou a presença dos catadores na Alep, durante a aprovação do projeto. “É um projeto construído pela demanda dos catadores. Não é uma demanda da Assembleia, mas dos catadores. Quem ajudou a construir estar aqui hoje faz toda a diferença”, concluiu a parlamentar.
A aprovação foi comemorada também por quem está na linha de frente da coleta. Lia Oliveira, catadora há quatro décadas e presidente da Catamare, diz que a mudança pode ser histórica. “Vai fazer a diferença na vida dos catadores em todo o estado. Vai gerar mais renda e uma vida mais digna para quem mantém a cidade limpa, muitas vezes de forma invisível”, destacou.
O projeto agora segue para redação final e, em seguida, será encaminhado para sanção do governador.