- Atualizado há 3 semanas
Após um incêndio de grandes proporções atingir o Contorno Norte, em Curitiba, moradores dos bairros São Braz, Santa Felicidade, Orleans e Butiatuvinha alegam um cheiro de fumaça extremamente forte. Na manhã desta terça-feira (10), os moradores ainda sofriam com os rescaldos das chamas, que foram controladas pelo Corpo de Bombeiros.
“Está simplesmente impraticável. O cheiro está horrível e não passa. Se você abre a janela piora ainda mais. Estou com uma tosse seca muito ruim”, disse o morador Natalino Santos, de 68 anos, que mora a cerca de três quadras do Contorno Norte.
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Segundo os bombeiros, as chamas foram controladas ainda ontem, mas apesar disso o cheiro segue insuportável para os moradores. “Meu Deus do céu, eu nunca vi nada igual. É um cheiro horrível e que não passa”, lamentou a moradora Katia Moraes.
Confira vídeo do incêndio ontem no Contorno Norte:
A qualidade do ar do Paraná está em um nível ‘muito alto’ de poluição, de acordo com acompanhamento realizado pela Universidade Federal do Paraná. Isso se deve pelas recentes queimadas e outras misturas poluentes no ar que respiramos.
Segundo o Lab AIR, foram encontradas dez vezes mais partículas de poluição no ar do Paraná do que é considerado normal. Isso compreende inclusive um risco à saúde.
A combinação de áreas há muito tempo sem chuva e baixa umidade relativa do ar com as altas temperaturas atípicas para o inverno faz com que o Paraná atravesse nesta semana o período mais crítico para a ocorrência de queimadas florestais. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram registrados mais de 10 mil focos de incêndio no Estado de janeiro a agosto deste ano. “Os indicadores são os mais altos possíveis”, afirma o meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Reinaldo Kneib.
Situação que fez com que o governador Carlos Massa Ratinho Junior decretasse situação de emergência em por causa da estiagem. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) também está finalizando uma resolução técnica para mitigar os efeitos da seca no Paraná. “Estamos agindo no momento em que há necessidade de que se tome uma ação efetiva, porque o momento é crítico”, ressalta o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.
De acordo com a previsão do instituto, a média da umidade relativa do ar mínima para a semana pode ser inferior a 20% nas regiões Norte, Norte Pioneiro e Noroeste e menor do que 30% nas regiões Central e Sudoeste do Paraná. Já a temperatura máxima média vai chegar próximo a 40ºC em alguns pontos do Estado. A expectativa é de que em setembro a chuva acumulada seja 38% menor do que a média histórica para o período.
“Todo o Estado está em vermelho, com uma condição ainda mais desfavorável para extremo Norte e Noroeste do Paraná”, destaca o meteorologista.
Condição que, de acordo com o Simepar, deve seguir até sexta-feira (13), quando a previsão aponta a chegada da chuva em todo o Estado. “Será um fim de semana chuvoso, mas de forma irregular. Algumas cidades há previsão de até 50 milímetros de precipitação acumulada, em outras um pouco menos. De qualquer forma, já ajuda a melhorar a qualidade do ar e diminuir os riscos de incêndios florestais”, explica Kneib.
Após essa pausa, o tempo seco retorna. Cidades do Noroeste, como Paranavaí, Colorado e Querência do Norte, passarão novamente dos 40ºC a partir do dia 21 de setembro – a previsão indica até 45ºC em Santa Cruz de Monte Castelo.