- Atualizado há 14 horas
O Paraná, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), alinhou nesta semana um conjunto de ações para conter o avanço do greening (HLB), praga que ataca os citros, na região do Vale do Ribeira. Após a confirmação da doença nos municípios de Doutor Ulysses e Cerro Azul (Região Metropolitana de Curitiba), o Estado irá atuar nas próximas semanas com foco na contenção do HLB em parceria com as prefeituras locais. O reforço da parceria foi formalizado durante reunião na sede da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em Curitiba.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destacou o preparo técnico da Adapar para enfrentar o desafio, ao afirmar que o órgão hoje está preparado para esta missão tanto em conhecimento técnico quanto jurídico para superar esses obstáculos. O secretário também ressaltou a importância de priorizar o enfrentamento da doença e reforçou a necessidade de uma comunicação clara com os produtores. “É fundamental que a informação seja veiculada de forma clara e eficaz para que o Estado mantenha o status de destaque na produção de citros”, disse.
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A estratégia será repetir o modelo de parceria entre Estado, municípios e produtores rurais adotado desde 2023 nas regiões Norte e Noroeste do Paraná. Segundo Renato Blood, diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, os resultados obtidos nessas regiões servem de referência para o início das ações no Vale do Ribeira. “No Paraná, temos como referência o trabalho feito na região Noroeste que serviu de modelo. Agora estamos colocando em prática as mesmas medidas no Vale do Ribeira”, destacou.
Blood reforçou a importância da comunicação direta com os produtores. “Precisamos conversar com todo mundo. Essa integração entre Estado e municípios é essencial para vencer o desafio na região. Sabemos que num primeiro momento a situação pode gerar pânico. Mas a Adapar precisa ser comunicada imediatamente para fazer a contenção da praga e prestar o apoio necessário ao produtor. É essencial essa relação de confiança”, afirmou.
O diretor também esclareceu o procedimento realizado pelos fiscais da Adapar nos pomares. “Em caso de identificação dos sintomas e confirmação do diagnóstico a erradicação é feita apenas na planta doente, não no pomar inteiro. Portanto, o produtor não precisa se assustar”, explicou.
OPERAÇÕES – As prefeituras de Cerro Azul e Doutor Ulysses farão encontros com os produtores rurais para repassar informações sobre a doença, seus sintomas e as medidas previstas na legislação fitossanitária. Em Cerro Azul, as reuniões com os agricultores já estão em andamento desde a detecção dos casos. Doutor Ulysses, durante a reunião na Seab, definiu que iniciará o mesmo trabalho como forma de orientar os produtores e organizar a resposta local ao greening.
No encontro também foram definidas as prioridades para os próximos dias. Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) irão colocar armadilhas a partir desta quarta-feira (25) para atrair o inseto vetor da doença, o psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri), caso esteja circulando pelas plantações. Apesar de terem aparecido plantas doentes, até agora o inseto não foi visto, o que pode levar a crer em eventual chegada do greening por mudas ou equipamentos infectados, tornando mais fácil o controle.
De 30 de junho a 4 de julho a Adapar dará início a uma nova edição da Operação Big Citros, desta vez no Vale do Ribeira. A operação já foi realizada em anos anteriores nas regiões Norte e Noroeste com resultados positivos na contenção da doença e na manutenção da sanidade dos pomares. Fiscais da Adapar que já trabalharam nas operações anteriores irão se deslocar ao Vale do Ribeira para as ações.
CEASA – Na sexta-feira (27) outra ação será realizada, desta vez na Ceasa em Curitiba, com os técnicos conversando com os produtores e carregadores de tangerina. Serão passadas informações sobre os cuidados que precisam ter com os equipamentos que chegam e que saem das lavouras em direção à Ceasa, e de lá para as propriedades. O Paraná está em estado de emergência fitossanitária para o greening desde dezembro de 2023.
VBP – As tangerinas – montenegrina, murcote e poncã – foram plantadas em 6.975 hectares no Estado no ano passado. Foram colhidas 115,4 mil toneladas, um aumento de 22% em relação às 94,5 mil do ano anterior. O Valor Bruto de Produção (VBP), preliminar, alcançou R$ 204 milhões.
Em Cerro Azul foram plantados 4.120 hectares de tangerinas, com predominância da poncã, que ocupa 4 mil hectares. Foram produzidas 65,5 mil toneladas, com VBP de R$ 99,7 milhões. Em Doutor Ulysses foram plantados 1.725 hectares de tangerinas (produção de 26,6 mil toneladas), com VBP de R$ 44,9 milhões.