- Atualizado há 2 anos
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Um dia após o delegado e deputado estadual Tito Barichello (União) afirmar que a funkeira MC Pipokinha será presa em flagrante se praticar sexo sobre o palco durante shows em Curitiba, o dono de uma das casas noturnas onde a cantora se apresentará participou de uma reunião com o parlamentar e disse concordar com a atitude dele. Alexandre Mortier, proprietário da Shed Bar, esteve no gabinete de Barichello nesta terça-feira (9).
Em vídeo divulgado em uma rede social, o deputado afirmou ter ouvido do empresário “aquilo que já conhece” sobre a balada: “Que a casa dele é de família, que segue princípios, regras e que não vai permitir abuso. Fico feliz porque aqui é Curitiba, é uma cidade séria”.
Em seguida, a delegada e esposa do parlamentar, Tathiana Guzella, afirmou que o “povo curitibano e paranaense são pessoas que não toleram atos obscenos em palco”.
No mesmo registro, Alexandre Mortier disse ter recebido as falas de Tito Barichello com preocupação e que, em seguida, enviou um comunicado à produção de MC Pipokinha a alertando sobre o formato do show.
“Qualquer ato obsceno que eles façam, apologia à pornografia, a própria casa vai interromper o show e a gente vai seguir com os nossos princípios”, garantiu.
O empresário também afirmou que a contratação do show da cantora aconteceu em um momento em que “ela não estava tão fora do normal como hoje”.
O Portal Nosso Dia procurou a produção da funkeira novamente nesta quarta-feira (10), mas não obteve retorno.
À reportagem, o deputado afirmou ainda não ter comprado os ingressos para o show da MC, mas que deve o fazer nos próximos dias. “Vou pagar pelos ingressos e não com verba do gabinete. Vou com meus assessores. […] Se ela quer fazer um show de prostituição, que faça em uma casa de prostituição, um local adequado”, declarou ele antes da reunião com o empresário.
O delegado e deputado estadual Tito Barichello afirmou na segunda-feira (8), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que MC Pipokinha será presa se praticar sexo sobre o palco durante os dois shows previstos para acontecer em Curitiba no próximo dia 20.
O parlamentar afirmou ao Portal Nosso Dia que irá assistir aos shows nas duas casas noturnas e alegou que pretende “aplicar a lei brasileira”. Segundo o deputado, MC Pipokinha faz shows eróticos em locais e para públicos inadequados.
“Essa MC Pipokinha faz shows pornográficos em locais inadequados. Não tenho nada contra a pornografia, mas que ela seja feita em local propício para isso. Ela apresenta shows eróticos e já praticou sexo oral com uma fã no meio do palco, com adolescentes”, disse o deputado, que também citou a violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o crime de ato obsceno.
O crime citado pelo também delegado é previsto no artigo 233 do Código Penal, que dispõe sobre a prática de ato obsceno em lugar público. O delito prevê prisão entre três meses e um ano ou multa.
Barichello disse que enviaria um ofício ao Tribunal de Justiça do Paraná, ao Ministério Público e ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) da Polícia Civil. “Se houver ato sexual no palco, ela será presa em flagrante. Tudo tem seu local. Ela engana a população. Nós, pais, que têm filho que vai na Shed ou na Monkey, não imaginamos que ele vai assistir a um show pornográfico. Existem casa noturnas para isso, com público determinado, onde há controle de entrada”, acrescentou ele, que também criticou as letras das músicas interpretadas pela MC.
Ambos os shows previstos para acontecer em Curitiba são divulgados pela plataforma online de eventos Sympla. No caso da Shed, a apresentação da cantora é divulgada com a frase: “A artista que viralizou nas redes sociais com suas apresentações pouco inusitado, conta com mais de 1 milhão de ouvintes no Spotify!”.
A casa cita também as músicas da funkeira que fizeram sucesso entre o público recentemente, tais como “Bota na Pipokinha”, “Beat do Mario Bros” e “Eu sou a MC Pipokinha”. O evento, que limita a presença do público somente para maiores de 18 anos, já está com nove lotes de ingressos vendidos.
Na Monkeys, que tem pelo menos três lotes esgotados, a cantora é anunciada como “fenômeno do funk”. Ao contrário da Shed, não há aviso no site sobre o evento ser limitado ao público adulto. Ao realizar a compra do ingresso, conforme simulou a reportagem do Portal Nosso Dia, as informações pessoais solicitadas são nome, e-mail e dados sobre o pagamento.
Recentemente, a funkeira MC Pipokinha, que tem mais de 3 milhões de seguidores no Instagram, se envolveu em várias polêmicas devido às letras das músicas que canta e o formato dos shows que promove. Nascida em Santa Catarina, Doroth Helena de Sousa Alves, tem 24 anos.
Pipokinha chegou a minimizar um assédio sexual sofrido por ela durante um show ao afirmar que o crime “é a coisa mais normal que existe” e que “assédio todo mundo sofre”. Em outro caso, ela debochou dos salários de professores.
“Ser professora tem que amar muito a profissão, porque ouve desaforo dos filhos dos outros, tem nada pra fazer em casa mesmo, tem que ser professora. E ainda receber o que um professor recebe, que é quase nada. Professor é humilhado pra cara*** só de ser um professor. Meu baile está R$ 70 mil: 30 minutinhos no palco, eu ganho R$ 70 mil. Ela não ganha nem R$ 5 mil sendo professora às vezes. Precisa estudar muito”, disse ela à época.
Dias depois, a cantora teve vários shows cancelados. No início de março, um vídeo em que ela aparece recebendo sexo oral de uma fã sobre o palco, durante um show, viralizou e ela foi fortemente criticada nas redes sociais.
A MC também se tornou alvo de pedido de investigações após um vídeo publicado em uma plataforma de conteúdo adulto mostrar um de seus gatos de estimação lambendo seus peitos. Internautas apontaram para a prática de zoofilia.
