- Atualizado há 1 ano
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Antes de ser divulgado o vídeo em que mostra o Fusca Azul na contramão da BR-277, em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba, no momento do engavetamento que deixou cinco mortos, o motorista filmado deu entrevista ao Repórter Sassá em Ação, na manhã de domingo (3), afirmando que não se lembrava de ter dirigido no sentido oposto da via. Ele confirmou na entrevista que foi ouvido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre a informação de ter sido flagrado na pista errada da rodovia. Relatou ainda ter ficado em estado de choque com o engavetamento.
“Eles perguntaram se eu estava vindo na contramão, me mostraram o vídeo e eu estava em estado de choque e dai encaminhou a gente para fazer boletim (na PRF). Eu vi o vídeo e eu estava sentido Ponta Grossa, na metade do acidente, que já estava tendo. Que eu me lembre não estava na contramão”, disse o motorista, sem uma confirmação de que o vídeo que teria visto é o divulgado pela Polícia Civil nesta terça-feira.
O motorista afirmou ainda estar tranquilo sobre a responsabilidade no acidente. “Da nossa parte, eu tenho que estamos tranquilo. Tem que pegar o vídeo, se alguém tiver, tem que ter o vídeo da hora da batida do caminhão a traseira do nosso Fusca”, pontuou.
Na manhã desta terça-feira, o delegado de Campo Largo, Ademair Braga, afirmou ao Portal Nosso Dia que buscava a identificação do condutor para iniciar as investigações do caso e saber se houve influência dele, por supostamente dirigir na contramão, em outros acidentes.
“Tivemos acesso ao vídeo e o motorista do Fusca será intimado para prestar depoimento. Há de se considerar que tudo é uma especulação e que buscamos testemunhas. Pelas imagens, é possível supor que ele viu o acidente e resolveu voltar para uma via de acesso, talvez para ganhar tempo”, afirmou o delegado, destacando que esse tipo de dúvida só será sanada quando o motorista e testemunhas forem ouvidas.
“O que eu sei é que ele se envolveu no engavetamento depois, mas não sabemos como isso aconteceu. Esperamos que testemunhas compareçam à delegacia para nos ajudar neste caso”, disse o delegado, que confirmou o fato de que uma infração gravíssima de trânsito foi cometida pelo condutor do Fusca. “Trafegar na contramão e na faixa de via rápida, o que incrementa muito risco”, concluiu Ademair.
A investigação sobre o quanto o Fusca afetou no engavetamento começou após um caminhoneiro entregar o vídeo do veículo na contramão na delegacia, visto por uma câmara acoplada na cabine. O Fusca está no sentido errado da pista e dá sinal de luz para um caminhoneiro, que em seguida precisa parar. A suspeita é que o motorista do carro tenha voltado na contramão para evitar o primeiro acidente ou acessar o outro sentido da via, mas pode ter cooperado para que outros tenham acontecido na sequência.
Outro fato que chama a atenção é que, em uma foto obtida pela polícia, um Fusca, que seria o mesmo visto na contramão, está envolvido no engavetamento. A investigação é para saber o quanto o veículo contribui para os acidentes que vieram na sequência.
No sábado (2), por volta das 14h30, na BR-277, na altura do km 136, em Balsa Nova (PR), a PRF registrou um engavetamento envolvendo múltiplos veículos. A extensão do acidente se deu por cerca de 600 metros. Chovia no momento do acidente e havia a formação de neblina e o congestionamento, em seu pico, chegou a cerca de 15 quilômetros.
Segundo informações preliminares, inicialmente, houve uma colisão traseira entre um automóvel e um caminhão, dando sequência a várias outras colisões, devido a falta de visibilidade provocada pelas condições climáticas no momento do acidente. Dois caminhões se incendiaram com as colisões. Não houve vítimas relacionadas ao incêndio.
A rodovia permaneceu interditada no sentido Ponta Grossa (PR) desde o início do acidente, sendo liberada totalmente após mais de 24 horas, no domingo (3), por volta das 16 horas. No sentido Curitiba (PR) não houve interdição, mas foi realizado, em determinados momentos, o sistema pare-e-siga para poder escoar o volume de veículos presos por causa da interdição da via.
Agentes da PRF, Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica, IML, DER e Guarda Municipal de Campo Largo participaram do atendimento, em escala de revezamento, por mais de 24 horas.
O Corpo de Bombeiros atendeu 11 vítimas feridas em estados moderado e grave que foram encaminhadas aos hospitais Evangélico e do Trabalhador, em Curitiba, e Santa Casa de Palmeira. Cinco óbitos foram confirmados pelo IML de Curitiba, para onde os corpos foram encaminhados.