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Alunos de Medicina relatam R$ 170 mil de prejuízo com cancelamento de viagem

A agência de turismo Kairós Viagens e Peregrinações contesta o valor - diz que o montante é de cerca de R$ 120 mil - e afirma que "buscará todas as alternativas legais para mitigar os danos e promover o ressarcimento"
Fachada do campus Ribeirão Preto da USP; Faculdade de Medicina é referência. Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
A agência de turismo Kairós Viagens e Peregrinações contesta o valor - diz que o montante é de cerca de R$ 120 mil - e afirma que "buscará todas as alternativas legais para mitigar os danos e promover o ressarcimento"

Estadão Conteúdo

26/08/25
às
8:54

- Atualizado há 9 horas

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Mais de 50 estudantes da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) relatam um prejuízo de cerca de R$ 170 mil após fecharem um pacote de viagem à Bahia. A agência de turismo Kairós Viagens e Peregrinações contesta o valor – diz que o montante é de cerca de R$ 120 mil – e afirma que “buscará todas as alternativas legais para mitigar os danos e promover o ressarcimento”.

As vítimas são alunos do terceiro ano da graduação e contam que o passeio à Bahia em dezembro é uma tradição na faculdade, organizado pelos estudantes como forma de celebrar o encerramento do Ciclo Básico – cursado nos três primeiros anos da graduação – e a transição para o Ciclo Clínico, que se inicia a partir do quarto ano.

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No entanto, depois de pagarem R$ 170 mil à Kairós, foram surpreendidos no último dia 8 de julho, quando a empresa anunciou em seu perfil do Instagram que as atividades da agência estavam suspensas.

“Estamos sem viagem e sem reembolso”, conta a estudante Elisa Nogueira Barbosa.

Elisa está entre os 53 estudantes da Faculdade de Medicina que aderiu ao pacote de viagem da Kairós e pagou aproximadamente R$ 5 mil (alguns fizeram o pagamento à vista e outros optaram pela forma parcelada).

Ao terem conhecimento dos problemas envolvendo a Kairós, os estudantes questionaram o dono da empresa Ricardo Ribeiro Rodrigues, que garantiu, conforme Elisa, que ninguém seria lesado e que a viagem estava garantida. “Ele fez uma reunião com todos os aderidos e garantiu que faria a emissão das passagens aéreas até o dia 8 de agosto”, relatou Elisa. “Nós confiamos e aguardamos.”

Porém, no dia 8 deste mês, Rodrigues entrou em contato com os estudantes e informou que não iria conseguir realizar o passeio nem devolver o dinheiro. Inseguros, alguns dos alunos passaram a pedir o cancelamento do pagamento da viagem. Alguns já tiveram o valor ressarcido pelo cartão de crédito. O total do prejuízo, no momento, gira em torno de R$ 170 mil, de acordo com as vítimas.

Os estudantes afirmam que registraram um boletim de ocorrência eletrônico e colhem provas para ir à delegacia. A Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP) foi questionada e a reportagem aguarda retorno.

Em mensagens trocadas entre o dono da Kairós e os estudantes de Medicina, o empresário afirma que decidiu cancelar a viagem por causa dos pedidos de ressarcimento. “A única forma que tínhamos de entregar a viagem era cancelando todos os demais cartões e depois passá-los diretamente na companhia aérea e no hotel”, disse Rodrigues em mensagem obtida pela reportagem.

“Contudo, diante da insegurança e desconfiança do grupo com relação à empresa, não me restou alternativa senão fazer o cancelamento total da viagem”, acrescentou o empresário às vítimas.

Em nota enviada ao Estadão, a assessoria jurídica da agência de turismo diz que os pedidos de estorno dos pagamentos realizados por cartão de crédito estão sendo aceitos e serão devidamente creditados nas próximas faturas dos clientes. Por isso, segundo a Kairós, o prejuízo dos alunos estaria em R$ 120 mil atualmente. “Os valores pagos pelos alunos somam cerca de R$ 170 mil dos quais aproximadamente R$ 50 mil já foram devolvidos relativos aos pagamentos efetuados por cartão de crédito.”

A empresa também reforça que está em busca de soluções. “A situação não se configura como um ato de má-fé ou negligência, mas sim uma crise operacional de grande magnitude, resultante de eventos externos e que está sendo tratada com a máxima seriedade e transparência. É fundamental ressaltar que o presente cenário se configura como um ilícito civil, decorrente de falha na prestação de serviço por parte de terceiros, e não como estelionato ou ‘golpe'”, diz a assessoria jurídica da agência.

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