- Atualizado há 5 dias
Um aluno do 7º ano do Colégio Militar de Curitiba (CMC) foi vítima de um ato de violência dentro da instituição no dia 7 de agosto, gerando revolta e preocupação em seus pais. Juliana Pereira, mãe do estudante, tem compartilhado o caso nas redes sociais, onde encontrou apoio de outras pessoas. “Nos sentimos negligenciados,” afirmou, em entrevista ao Portal Nosso Dia.
Segundo relato da família, enquanto a professora aplicava uma prova em outro local, o aluno de 13 anos foi atacado por outro estudante após uma troca de ofensas verbais. O agressor puxou o jovem de sua cadeira e aplicou um golpe conhecido como “mata-leão”, levando-o a desmaiar, bater a cabeça no chão e convulsionar. “Só entenderíamos a gravidade do que ocorreu na chegada de nossos filhos”, disse Juliana.
Mesmo com a gravidade da situação, a mãe conta que o filho não recebeu o atendimento adequado na enfermaria do colégio, sendo apenas fornecido um saco de gelo para aplicar no hematoma resultante da queda. “Não atuar preventivamente em casos de violência e agressão acaba em situações como a que nosso filho vivenciou,” lamentou a mãe, destacando que após o incidente, o estudante ainda sofreu agressões verbais e psicológicas dos colegas.
A família buscou atendimento médico no Hospital Geral de Curitiba e registrou um boletim de ocorrência na delegacia, mas afirma que só conseguiu uma resposta da escola 26 dias após o ocorrido, após expor o caso nas redes sociais. “Estavam negando nosso direito de buscar justiça,” desabafou Juliana.
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Com a falta de respostas, a família decidiu ingressar com ações na esfera criminal e cível contra a gestão do Colégio Militar de Curitiba. “Não desejamos que outras crianças tenham que passar pelas mesmas situações que nossos filhos têm passado,” concluiu a mãe, reforçando que os alertas sobre problemas na instituição já vinham sendo feitos desde março, mas sem qualquer retorno das autoridades responsáveis.
Com a mobilização dos familiares e amigos, segundo a mãe a direção do CMC a delegacia, onde o Boletim de Ocorrência foi feito, 22 dias após o registro.”Eles (o colégio) alegaram que o caso seria uma questão de interpretação”, disse a mãe do aluno agredido.
A reportagem do Portal Nosso Dia procurou por telefone o Colégio Militar do Paraná, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para o posicionamento do colégio a respeito do caso.
Fundado em 15 de dezembro de 1958, o Colégio Militar de Curitiba, tem sede oficial no antigo Parque de Exposições localizado no bairro do Tarumã. Em 21 de abril de 1959, após as adequações nas instalações, iniciou-se as atividades do Colégio Militar de Curitiba, com 53 alunos e sob o comando do então Tenente Coronel Alípio Ayres de Carvalho, participante ativo na criação do Colégio.
Durante 30 anos, o Colégio Militar de Curitiba destinou suas vagas da 5ª série do Ensino Fundamental ao 3ª ano do Ensino Médio somente para meninos, sendo que parte deles estudava em regime de internato. Em 1988, reestruturações na política das Forças Armadas ocasionou o fechamento do Colégio Militar de Curitiba.
Após 5 anos, no dia 16 de dezembro de 1993, foi assinada a Port Min nº 690, de 17 de dezembro de 1993, pelo Ministro do Exército, Zenildo Zoroastro de Lucena, determinando a reabertura do Colégio Militar de Curitiba. O ano de 1994 foi dedicado às reformas das instalações, planos de ensino e seleção de professores e funcionários.
No dia 21 de abril de 1995, o Colégio Militar de Curitiba reinicia uma nova fase em sua história, com a abertura dos portões para alunos das 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental e 1ª série do Ensino Médio, selecionados por meio de concurso, o qual também passou a admitir meninas.
O Colégio tem hoje uma destinação preparatória à Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), ao Instituto Militar de Engenharia (IME), à Escola Naval (EN), à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), à Academia de Força Aérea (AFA) e ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), além dos vestibulares às instituições de ensino superior e civis, sem perder a sua característica assistencial de acolher os dependentes de militares.
Assista ao vídeo com depoimento da mãe do estudante nas redes sociais