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Moradores de colônias turísticas de SJP protestam após promessa não cumprida de asfalto

O asfalto seria uma promessa de contrapartida pela construção de uma barragem na Represa Miringuava
Representantes do manifesto "Asfalto Já" se reuniram no último domingo (3). Foto: Divulgação
O asfalto seria uma promessa de contrapartida pela construção de uma barragem na Represa Miringuava

Geovane Barreiro e Angelo Binder

04/03/24
às
17:38

- Atualizado há 1 ano

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Agricultores, empreendedores e moradores das colônias rurais de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), uniram-se neste último domingo (3) em uma manifestação para expressar a insatisfação com a falta de melhoria da pavimentação e a instalação de novo asfalto nas estradas que são vitais para o desenvolvimento turístico e econômico da região. São José dos Pinhais é uma das principais economias do Paraná. Segundo eles, o asfalto foi uma promessa de contrapartida pela construção de uma barragem na Represa Miringuava.

De acordo com os participantes do movimento, intitulado “Asfalto Já”, a manifestação simboliza apenas o começo de uma série de necessidades da região incluindo maior segurança pública, melhorias na educação com a construção de um novo Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei), aprimoramento do transporte coletivo público e instalação de novas lixeiras.

Os moradores argumentam que a má qualidade das estradas não apenas representa um perigo constante, mas também impede a locomoção eficiente de ônibus escolares, bicicletas, carros e tratores, dificultando o escoamento dos alimentos e o fluxo de turismo. Também há preocupação porque em breve será aberta a barragem da Represa do Mininguava, que deve aumentar o fluxo de pessoas na região, mas também pode dificultar o acesso para quem mora ou trabalha na região das colônias.

“O turismo da região vai ficar ainda mais forte com a instalação da represa. Então fizemos uma manifestação com carretas, tratores e caminhões. Fomos até aos portais da Colônia Murici e pedimos aos poderes legislativo e executivo que escutem as nossas demandas.  Precisamos de um olhar mais atento quando houver melhoria na pavimentação, pois só assim o nosso turismo vai se desenvolver. Isso é apenas uma demanda. Tem muitas outras”, disse, em entrevista ao Portal Nosso Dia, a empreendedora Sônia Deriky, proprietária da Estância Carmello.

“A situação atual das nossas vias é um perigo real para todos nós que vivemos aqui. O turismo rural, que poderia ser uma fonte importante de renda para nossa comunidade, está sendo prejudicado pela inacessibilidade de nossos estabelecimentos”, completa Robson Rodolfo Rodrigues, um morador da Colônia Gamelas e um dos organizadores do protesto.

A comunidade local pede um diálogo aberto com os governantes para discutir e encontrar soluções para suas reivindicações. “Já faz muito tempo que lidamos com promessas não cumpridas. Precisamos de ações reais agora para melhorar nossas vidas”, conclui Rodrigues, ecoando o sentimento dos participantes do protesto.

Os manifestantes destacaram que outras estradas já receberam investimentos da Prefeitura e do Governo do Estado, e reivindicam o mesmo direito à infraestrutura adequada.

Frente Parlamentar

Justamente para entender o processo que a região enfrenta, vereadores da Câmara de São José dos Pinhais criaram a Frente Parlamentar do Miringuava. No ano passado, a discussão já existia no entorno no Miringuava diante da abertura da barragem. A Frente Parlamentar iniciou uma tratativa com a Sanepar e com a Prefeitura para discutir, principalmente, a questão do turismo e do acesso responsável ao local.

Antes de iniciar a abertura da barragem, de acordo com a Frente Parlamentar, a Sanepar entraria com uma contrapartida no local, que é a colocação de asfalto para os moradores e produtores locais.

Até agora não há sinal de obras, de acordo com o relator da Frente Parlamentar, o vereador e vice-presidente da Câmara, Samuel Pinheiro (Rep).

“Já é uma luta que não é de hoje. A Frente Parlamentar vem cobrando respostas da prefeitura, da Sanepar e do governo do estado. Porém não há uma tratativa clara por parte da Sanepar. Nada por escrito, apenas conversa. E agora que a barragem está para ser aberta, só estão esperando a liberação do Ibama para o corte das árvores. Não foi feito asfalto e não há informação sobre os acessos. Tem cerca de 100 moradores que vão ficar isolados sem poder sair da suas casas por causa do enchimento da barragem”, lembra o vereador Samuel.

Samuel Pinheiro, vereador e vice-presidente da Câmara de São José dos Pinhais – (Foto: ND)

O que diz a prefeitura de São José dos Pinhais

Ao Portal Nosso Dia, a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais informou, em vídeo do secretário de Viação e Obras Públicas, Marco Setim, que está em tratativa com a Sanepar para pavimentar três ruas. Essas obras serão uma contrapartida pela construção da barragem na represa do Mininguava, mas ainda sem data para o início das obras. Além disso, nos próximos dias, ainda segundo o secretário, a prefeita Nina Singer vai assinar a licitação para o início das obras de mais de dois quilômetros de pavimentação da Rua Émerson Greboge que fará a ligação até a Igreja das Gamelas.

Já em nota, a prefeitura disse que um Cmei para a região já está em estudo pelo município, o qual avalia possíveis locais para instalação da unidade. Quanto ao transporte público, a administração pública municipal está realizando uma pesquisa do número de usuários, com o objetivo de melhorar o atendimento na Colônia Murici.

O que diz a Sanepar

A Companhia de Saneamento do Paraná informou que as “contrapartidas da Sanepar em relação à obra estão em negociação”. Não foi informada uma data prevista para a execução da obra asfáltica na região, em contrapartida pela construção da barragem na Represa Miringuava.

Barragem do Miringuava

Atualmente, o Rio Miringuava possui uma vazão de cerca de mil litros por segundo, chegando a abastecer cerca de 533.000 mil pessoas, atendendo assim as regiões de São José dos Pinhais, parte de Curitiba, Araucária e Fazenda Rio Grande. Com o enchimento da Barragem, a expectativa é a de atender a 760 mil habitantes, possuindo uma capacidade de 38 bilhões de litros de água em seu reservatório e passando a produção máxima para 2.000 litros por segundo. Esse número faz com que a produção seja de 20% de todo o SAIC (Sistema de Abastecimento Integrado da Grande Curitiba).

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