- Atualizado há 19 horas
O Ministério Público do Paraná (MPPR) se manifestou contrário ao pedido de sigilo no inquérito que investiga a morte da jovem Raissa Suellen Ferreira da Silva, 23 anos. A defesa de Marcelo Alves dos Santos alega que o crime está sob “clamor social”, e que a imprensa tendo acesso às informações pode ‘extravasar o processo legal’. Para o MPPR, a própria defesa publiciza o caso. Alves confessou ter assassinado Raíssa, ambos naturais de Paulo Afonso, na Bahia. À policia, ele disse que mantinha um sentimento amoroso por ela e que, ao se declarar, foi ofendido, e acabou a matando. A versão está sendo investigada.
Já durante a audiência de custódia de Alves, a defesa pleiteou o sigilo no inquérito sob o argumento de que o caso está sob “clamor social” e que as informações obtidas pela imprensa poderiam interferir o processo.
No entanto, o promotor de Justiça André Tiago Pasternak Glitz disse em seu despacho que ‘o clamor social do caso, além de conceito vago e subjetivo, não seria o meio adequado a preservação da intimidade do acusado, eis que a própria defesa tem contribuído à publicização desta investigação’.
Ainda, o promotor defende que ‘todo crime, quiçá homicídios, gera naturalmente reações por parte da comunidade. A publicidade cumpre função essencial de legitimação democrática e, no caso, transparência e controle social da atividade policial’.
O ponto específico e em comum do sigilo pontual é com relação a imagens e vídeos. ‘Potencial degradante e capaz de ofender a dignidade póstuma da vítima e memória perante os seus familiares, valores, estes sim, capazes de serem gravemente afetados com uma eventual divulgação de seu conteúdo’, diz o documento do MPPR.
Em audiência de custódia na última quarta-feira (11), o juiz Leonardo Stancioli decretou a prisão preventiva do humorista Marcelo Alves, pela morte de Raíssa Suellen Ferreira, de 23 anos. Ainda, decidiu que para preservar a integridade física do acusado, ele deverá ficar em uma cela separada dos outros detentos.
Já o filho adotivo de Marcelo, Dhony de Assis, que levou o pai até o local em que o corpo foi enterrado, pagou fiança de R$ 500 e foi solto pelo crime de ocultação de cadáver.
Raíssa será sepultada na manhã desta sexta-feira (13), data em que completaria 24 anos. A despedida aconteceu em Paulo Afonso, na Bahia, cidade natal da jovem que morava há três anos em Curitiba. O corpo de Raíssa desembarcou, em Aracaju (SE), e foi levado até Paulo Afonso, onde familiares, amigos e moradores realizaram um cortejo até o Ginásio Municipal, local em que aconteceu o velório.
Raíssa veio para Curitiba em busca de melhores oportunidades, cultivando o sonho de ficar famosa e aparecer na televisão. Atraída por uma suposta oferta de emprego em São Paulo por parte de Marcelo, ela foi até a casa dele, na Cidade Industrial, em Curitiba, onde foi assassinada. Em seguida, teve o corpo enterrada em uma cova rasa em Araucária, na Região Metropolitana.
Em depoimento, Marcelo afirmou que mentiu sobre a oferta de emprego a Raíssa para levá-la até a casa em que morava e se declarar. Ele disse que, em um momento de raiva, após Raíssa se revoltar com o que ele havia feito, a matou estrangulada com um enforca-gato. Entretanto, há várias contradições entre o que Marcelo disse e o que a Polícia Civil já apurou, com novas informações sobre o caso podendo vir à tona nos próximos dias.