A Justiça do Paraná optou em manter preso o capitão do Corpo de Bombeiros acusado de desviar doações destinadas ao Rio Grande do Sul. A prisão dele, até então em flagrante, está convertida para prisão preventiva cuja decisão o advogado do capitão, Jeffrey Chiquini, não concorda. "Embora não concordemos, respeitamos porque confiamos na Justiça do Paraná", diz ele ao Portal Nosso Dia.

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Segundo ele, a defesa irá recorrer às instâncias superiores. "Entendemos que o capitão preenche todos os requisitos da lei para responder esse caso em liberdade. É um oficial do Corpo de Bombeiros que preenche os requisitos para estar em liberdade. Esse é nosso primeiro objetivo. Na sequência, tudo será esclarecido", alega.

Chiquini conta ao Portal Nosso Dia que já teve uma primeira conversa com o bombeiro e que buscará a correta aplicação da lei. "Nem tudo que reluz é ouro, por isso deve se haver muita cautela, nenhuma acusação precipitada é benéfica nesse momento. Já defendi muito inocente, muitas pessoas que foram injustiçadas, em um primeiro momento escrachadas em praça pública. Após esclarecimentos com a verdade, tudo é demonstrado, esclarecido no tempo oportuno e a verdade aparece", completa, no entanto, sem detalhes sobre o ato em flagrante do capitão.

Por fim, o advogado cita um trecho bíblico. "Dai a César o que é de César e que a lei seja corretamente aplicada", finaliza. Chiquini se refere a um versículo da Bíblia, do Evangelho Segundo Mateus, quando 'Jesus explica que todos devem cumprir com as suas obrigações, seja com o governo ou seja com Deus'.

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Flagrante

A prisão do capitão aconteceu na noite da última quarta-feira (29), durante uma operação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, na capital paranaense. O oficial foi detido em flagrante no bairro Uberaba, quando chegava em um endereço com uma Fiat Toro carregada dos produtos supostamente desviados. Também foi detido com o capitão um segundo suspeito. O capitão tem um cargo de chefia e um salário de cerca de R$ 15 mil mensais.

No local da prisão, além dos energéticos, foram encontrados roupas, eletrônicos e instrumentos musicais, produtos que, a princípio, teriam sido doados pela Receita Federal para a Defesa Civil. Um revólver não regularizado também foi apreendido. A origem e destino dos itens apreendidos ainda estão sob investigação.

Além do barracão em Piraquara, ele teria acesso a outro na Vila Guaíra, em Curitiba, onde também podem ter sido subtraídas doações. Segundo relatos do Boletim de Ocorrência, o capitão estacionou uma camionete no local após a saída dos recrutas do Exército e carregou-a com fardos de energético. Informações indicam que a dupla já estaria comercializando parte dos produtos desviados pela internet.