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A expectativa da APP-Sindicato é de 100% de adesão da escolas estaduais do Paraná para a greve marcada para o dia 3 de junho, contra o projeto de lei do Governo do Estado, apresentado nesta segunda-feira (27), que amplia para 200 as escolas a aderir o programa Parceiro da Escola. Segundo o sindicato, a proposta de compartilhar a gestão dos colégios com a iniciativa privada nada mais é que colocar um fim na educação pública.

"O sindicato defende a o recurso público na escola pública. Esse projeto fere a escola pública ao passar a empresa privada. Perde o caráter público e os recursos passam a outra finalidade, que é virar lucro ao empresário", disse Walkiria, durante a sessão da tarde desta segunda-feira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Ainda na entrevista, a presidente da APP-Sindicato afirmou que a greve não é pelos professores, mas sim contra o fim das escolas públicas. "A greve não é por nós professores, que somos concursados, é pelo fim da escola pública. A expectativa é de adesão de 100% das escolas. A tramitação aqui na Alep vai ser acelerada. Tentamos dialogo com o secretário de estado da Educação e pedimos oficialmente que não enviassem o projeto, mas não aconteceu", lamentou.

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O presidente do PT no Paraná e parte da oposição na Alep, deputado estadual Arilson Chiorato, criticou o regime de urgência da proposta. "Prejudica o debate, a análise e reduz a participação popular. Além disso, o programa é pior do que era falado, porque pode ser até mais que as 200 escolas. Segundo ponto é que vai preservar os concursados, mas não é verdade, porque você vai contratar temporários. Outro ponto é que o contrato passará por consulta púbica, mas se for como as escolas cívico-militares será acelerado", disse.

Ainda na entrevista, o deputado disse que chama a atenção não haver formas de definir se o projeto trará resultados positivos. Não há métricas para mostrar se houve avanço. E se não há isso, é um processo cheio de falhas. O PT nacional, se passar, vai avançar com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra esse projeto", concluiu.

Governo diz que projeto tem aprovação de 90%

O programa de gerenciamento das escolas da rede estadual por empresas parceiras atende 2,1 mil estudantes no Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e no Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e têm aprovação de 90%

As duas pesquisas realizadas junto à comunidade escolar aconteceram no início de 2024. Para a realização do mapeamento, o IRG Pesquisa elaborou um questionário estruturado que abordou os aspectos relacionados à gestão escolar e às mudanças. As perguntas foram direcionadas especificamente para pais e responsáveis pelos alunos que estudam nos colégios. Os principais pontos investigados incluíram o conhecimento dos participantes sobre a mudança na gestão, suas percepções sobre eventuais melhorias ou mudanças observadas e seus sentimentos.

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No Colégio Estadual Anibal Khury o projeto alcançou 81% de satisfação e 90% de aprovação por parte do coletivo escolar. No Colégio Estadual Anita Canet, os números foram ainda melhores, com 93% de satisfação e 96% de aprovação.

“A grande aprovação por parte da comunidade escolar em relação ao programa decorre dos resultados pedagógicos alcançados desde a implementação nas instituições participantes. Com a expansão do programa a expectativa é de que tais êxitos alcancem mais escolas, fortalecendo ainda mais o aprendizado dos nossos estudantes”, diz o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.

Segundo ele, em ambas as entidades, os índices de matrículas, frequência e desempenho escolar dos estudantes apresentaram melhoras significativas entre 2023 e 2024. Também houve matrícula de 100% no Enem.

No Colégio Estadual Anita Canet, o êxito do modelo de gestão foi observado nos índices de matrículas e desempenho dos alunos. Em 2023, a escola contava com 895 alunos matriculados e as matrículas subiram para 965, um aumento de 8%. A frequência dos estudantes saltou de 84% para 88%. Em relação ao aprendizado, dados da Prova Paraná, exame aplicado periodicamente na rede, mostram que a média de acertos dos alunos da escola aumentou de 41% em 2022 para 45% em 2023.

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Ao mesmo tempo em que houve mudança na gestão, o colégio, assim como toda a rede, seguiu recebendo investimento do Estado. No ano passado foi reformado o laboratório de informática, feitas adequações nas áreas externas, adquiridos 40 novos notebooks, instaladas câmeras de segurança nas salas de aula e nos corredores, comprados equipamentos esportivos e implementadas aulas de jiu-jitsu no contraturno.

No Colégio Estadual Anibal Khury os resultados são similares. Em 2020 a escola atendia cerca de mil alunos, número que subiu para 1.141 em 2024. Em relação à frequência, o número passou de 85% em 2022 para 87% em 2023. Outro dado relevante foi a redução das aulas vagas, que são aquelas que deixam de ser dadas por falta ou ausência do professor. Em 2022, 22% das aulas do ano não foram realizadas por tal motivo. Em 2023, a partir do modelo que garante a presença de docentes na escola, o número de aulas vagas caiu para 6%.

No ano passado o Estado reformou o refeitório e adequou o depósito de merenda da unidade. Também instalou um bicicletário, pintou as quadras coberta e descoberta, implementou sistema de segurança e câmeras de monitoramento e adquiriu 31 novos chromebooks.

Lindomar da Costa Amaral é pai de uma das alunas matriculadas no oitavo ano. Ele afirma que as mudanças no Colégio Estadual Aníbal Khury, após a implementação do projeto, foram visíveis não apenas nas notas da estudante, mas também na estrutura da escola que, com atendimento ampliado, tornou-se um ambiente de aprendizado ainda mais eficaz e seguro.

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“Percebemos um cuidado especial com a escola. Graças à facilidade das contratações há na escola profissionais suficientes para atender, não somente nas salas de aula, mas também para realização de reparos, acompanhamento dos estudantes nos pátios, limpeza, etc. Tais fatores, juntos, contribuem para que um ambiente escolar ainda mais eficaz e acolhedor”, afirma.