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“Absurdo e desproporcional”, diz presidente da APP sobre pedido de prisão; greve continua

O movimento grevista dos professores entrou no 3° dia nesta quarta-feira (5) e uma assembleia, marcada para as 18h, decidirá os próximos passos do movimento
Manifestação em frente à Secretaria Estadual de Edução do Paraná, em Curitiba, nesta quarta-feira (Foto: Geovane Barreiro - Nosso Dia)
O movimento grevista dos professores entrou no 3° dia nesta quarta-feira (5) e uma assembleia, marcada para as 18h, decidirá os próximos passos do movimento

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro

05/06/24
às
11:26

- Atualizado há 7 meses

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A presidente da APP Sindicato, Walkiria Mazeto, afirmou ao Portal Nosso Dia, na manhã desta quarta-feira (5), que o pedido de prisão dela por parte do Governo do Paraná, por meio da Procuradora Geral do Estado (PGE), é absurdo e desproporcional. O movimento grevista dos professores entrou no 3° dia nesta quarta-feira (5) e uma assembleia, marcada para as 18h, decidirá os próximos passos do movimento.

O pedido de prisão a Walkiria é pelo crime de desobediência. “É um absurdo e uma prática antissindical do governo. É desproporcional para o que foi o movimento. Já estamos trabalhando no campo político e jurídico para que não ocorra. Fizemos a resposta inicial à Justiça, então não se pode pegar que houve desobediência”, afirmou a sindicalista ao Portal Nosso Dia, durante manifestação em frente à Secretaria Estadual de Educação (SEED).

Na entrevista, Walkiria destacou que o movimento grevista segue forte no 3° dia e falou dos próximos passos da categoria. “A categoria vai decidir, às 18h de hoje, pela continuidade ou não da greve. Queremos que se parem as ameaças para suspender o movimento, sem punição à classe trabalhadora”, pontuou.

Ainda, a presidente da APP afirmou que o sindicato lutará para que punições não sejam individualizadas com relação à invasão do prédio da ALEP. “Não há punições individuais, porque foi uma ação coletiva e vamos recorrer para que as pessoas não sejam punidas individualmente. Alguns deputados querem criminalizar o movimento e comparar ao 8 de janeiro, mas nós não queremos golpe de estado, mas sim a defesa da escola pública”, concluiu.

Walkiria, presidente da APP Sindicato (Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)

Pedido de prisão

Além do pedido de prisão, o documento assinado pela procuradora Mariana Carvalho Waihrich diz que a greve iniciada na última segunda-feira (3) é ilegal e desobedeceu a ordem do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) de suspensão do movimento, sob muta diária de R$ 10 mil.

O documento pede a prisão imediata de Walkiria pelo crime de desobediência, previsto no art.330 do Código Penal, “em razão do não cumprimento da ordem judicial da qual tinha ciência inequívoca e que suspendeu o movimento grevista na data de 01 de junho de 2024 (cujo início seria em 03 de junho de 2024), mantendo todos os atos paredistas, incitando cidadãos verbalmente e através das redes sociais à adesão à greve, e, ainda, com isto, gerando danos ao patrimônio público que serão objeto de pedido de ressarcimento oportunamente”, diz o documento.

A PGE salienta no pedido o serviço de educação é essencial e indispensável e, assim, o movimento grevista da APP Sindicato revela um total descaso em relação à determinação judicial de suspensão da paralisação. Cita ainda atos antidemocrácitos e terrorismo, devido à invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).

A procuradora também afirmou que após a votação, além de manter o movimento ilegal, o Sindicato incitou estudantes menores de idade “gerando a responsabilidade por deixar os alunos sem aula e, pior, estimulando-os a participar de movimento que poderia ensejar risco à sua saúde física – E SEM A AUTORIZAÇÃO DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS!”, aponta o documento.

Também é pedido pela PGE uma multa de R$ 100 mil, que deve incidir desde o início da greve, já que os R$ 10 mil não seriam suficientes para impedir o movimento grevista. Sugere ainda uma multa de R$ 10 mil a Walkiria pela disseminação de noticias falsas.

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