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A dor do filho ao passar todo dia pelo local em que Marcos Lazário morreu na Vila Izabel; família quer respostas

O acidente aconteceu na Av. Iguaçu, esquina com a Av. Arthur Bernardes, menos de 1 km de distância da churrascaria de Marcos Lazário
Maicon (à esq) e o pai Marcos (Foto: Reprodução)
O acidente aconteceu na Av. Iguaçu, esquina com a Av. Arthur Bernardes, menos de 1 km de distância da churrascaria de Marcos Lazário

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro

24/03/25
às
10:39

- Atualizado há 1 semana

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Em uma cobrança por Justiça, o empresário Maicon Lazário, de 32 anos, conversou com o Portal Nosso Dia sobre o andamento das investigações sobre a morte do pai dele, Marcos Lazário, de 49 anos, que teve o carro atingido por um caminhão do transporte coletivo de Curitiba no bairro Vila Izabel. O acidente aconteceu no dia 13 de dezembro de 2024 e, mais de quatro meses depois, a família ainda não tem respostas sobre a responsabilização dos envolvidos.

Maicon toca a Master Grill desde a morte do pai. O acidente aconteceu na Av. Iguaçu, esquina com a Av. Arthur Bernardes, menos de 1 km de distância da churrascaria. Inclusive, Maicon passa todo dia pelo local em que o pai morreu de forma inesperada, o que dá uma sensação de injustiça por ainda não ter respostas para o que aconteceu.

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“Fica bem no meio do caminho. A gente passa todo dia por ali. Dia após dia você tem que reviver essa situação. É muito difícil você passar por isso. É uma coisa que não sai da minha cabeça. A situação que aconteceu naquele dia eu não desejo para ninguém. É uma luta da sociedade por respostas”, disse Maicon ao Nosso Dia.

Segundo a URBS informou após o acidente, a inspeção do ônibus envolvido na morte de Marcos estava com validade. Entretanto, no dia do acidente o ônibus teve um problema mecânico na Praça Rui Barbosa e foi liberado. A Polícia Civil investiga se a liberação foi errada e se o veículo não deveria ter sido guinchado.

Para Maicon, atualmente as informações sobre o caso estão bem vagas, o que deixa a família angustiada. “Inquérito não foi finalizado pelo laudo (da Polícia Científica) que não saiu. Eu acredito que em um mês não era suficiente para o laudo, mas quatro meses já se foram agora, acho que passou da hora de estar pronto. Para nós, é lidar com a perda e ainda não ter notícias sobre o caso”, lamentou.

Ônibus levou veículos ao ficar sem freio (Foto: Geovane Barreiro – Nosso Dia)

Segundo o filho, o pai era uma pessoa muito amada e faltam palavras para descrever a dor que a falta dele faz. “Não tem uma palavra para descrever como é difícil. Era uma pessoa especial e muito amada. Fazia tudo de bom coração. Exemplo de pai e amigo e quero seguir o legado que ele deixou. Fico triste porque ele não aproveitou a vida, só trabalhava. Por isso, nunca deixe de falar que ama o pai, porque pode não ter mais tempo depois”, disse.

O caso voltou à tona nas últimas semanas após o mecânico que liberou o ônibus para circulação na Praça Rui Barbosa se envolver em um atropelamento que matou um idoso, no bairro Santa Quitéria, ao dirigir embriagado. Com tudo isso, Maicon fez um apelo para uma fiscalização mais rigorosa no transporte coletivo de Curitiba.

“Nós esperamos que haja uma fiscalização no transporte público para que esse tipo de situação não aconteça. A tragédia poderia ter sido ainda maior, com mais pessoas perdendo a vida naquele acidente. É uma situação que não dá para aceitar. Sempre quando eu acordo, essa tragédia é a primeira coisa que vem na minha cabeça”, concluiu.

Respostas

Sobre o caso, o Portal Nosso Dia entrou em contato com a URBS, a empresa Expresso Azul, a Polícia Científica e a Polícia Civil.

A Polícia Científica informou que o laudo do local do acidente já foi entregue e que está pendendo o laudo de perícias audiovisuais. A assessoria foi questionada se há uma data para a entrega do laudo e informou não ter uma previsão.

A URBS lamentou o acidente e afirmou que tem fornecido todas as informações, dados, telemetria e históricos da operação para que as autoridades oficiais que investigam o acidente tenham todos os elementos necessários para concluir o caso. “Lembrando que o ônibus envolvido no acidente está fora de operação. A Urbs ainda não teve acesso ao laudo da Polícia Científica”, diz a nota.

A Polícia Civil do Paraná questionada sobre um prazo para a entrega do laudo e do inquérito policial respondeu de forma sucinta: “A PCPR segue realizando todas as diligências necessárias para o andamento da investigação. Mais informações serão repassadas com a conclusão do inquérito policial”, afirma a nota.

A empresa Expresso Azul, responsável pelo ônibus envolvido no acidente, enviou o seguinte posicionamento: “A Expresso Azul lamenta profundamente o acidente ocorrido em 13 de dezembro de 2024, em Curitiba, envolvendo um de seus ônibus e reitera, mais uma vez, seus sentimentos de pesar aos familiares e amigos da vítima. Por respeito ao andamento das apurações, e em conformidade com as normas da empresa, a Expresso Azul informa que não irá se manifestar sobre o processo em curso, aguardando as conclusões finais da investigação e o desfecho jurídico do caso”, diz a nota.

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